Um corpo foi encontrado enterrado numa cova rasa, no início da tarde de ontem, num matagal ao lado do Jardim Nova Primavera, uma área de invasão recente na Cidade Industrial, próximo à Vila Sabará. Um colchão queimado estava sobre o cadáver, que tinha apenas uma das mãos para fora da terra.

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O cadáver foi levado ao Instituto Médico-Legal, onde papiloscopistas tentavam, na noite de ontem, confirmar a identidade pelo confronto de impressão digital. Porém, um moradora o identificou como de seu genro, desaparecido desde domingo. Paulo Ricardo Souza Santos, 24 anos, era um dos líderes da invasão, o que foi confirmado.

O delegado Jaime da Luz avaliou que o corpo foi enterrado rapidamente e, provavelmente, teve partes queimadas. A mão apareceu na superfície por causa da chuva, que foi lavando a terra. A polícia não descarta que Paulo tenha incomodado alguém da invasão ou de vilas vizinhas com seu “cargo”.

Apreensão

O cadáver chamou a atenção de moradores da invasão, onde 550 famílias vivem em barracos há cerca de 70 dias. Na entrada do acampamento, pela Estrada Velha do Barigui, existe a faixa “Movimento dos moradores afetados pela Cohab” e as frases “Cadê o dinheiro. Quem é que sabe?”, “Eu fui roubado no contrato da Cohab”.

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Raimundo Nonato de Souza, 68, que saiu do Uberaba para morar na invasão com a mulher, conta que funcionários da Cohab estiveram no local e cadastraram todas as famílias. “Eles estiveram aqui há uns 20 dias e prometeram moradias, mas não deram um prazo. Sei que eles conseguiram o dinheiro da Caixa Econômica Federal para construir”, disse.

Outro morador, que também afirmou ser um dos coordenadores da invasão, ficou irritado com a descoberta do cadáver na parte do matagal que funciona como “banheiro”. “É o povo da outra vila, que fez isso. Aqui só tem gente humilde. Gente trabalhadora. Ninguém mata ninguém”, disse.

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Confira o vídeo com a polícia procurando o corpo.