Conversa entre amigos termina em tragédia

Cachaça em excesso foi o que motivou Antônio de Paula, 49 anos, a matar com três facadas o seu inquilino, Juvenil Wilmes, 35. O crime ocorreu no final da tarde de domingo, no Jardim Sol Nascente, em Araucária. Após o assassinato, Antônio telefonou para a mulher, avisando o que tinha acontecido, e passou a noite embaixo de uma ponte. Ontem ele saiu do esconderijo e se apresentou na delegacia, para explicar o que tinha feito.

O delegado Jairo Amódio Estorílio, titular da delegacia de Araucária, ouviu a versão de Antônio, o indiciou em inquérito policial por homicídio e o liberou. “Nem ele nem a vítima tinham antecedentes criminais”, informou o delegado.

Facadas

De acordo com a versão de Antônio, ele e o inquilino eram amigos há seis meses, desde quando ele locou a moradia para Juvenil. Aproveitando o feriado de Páscoa, eles se reuniram na casa do Antônio e começaram a beber cachaça. Antônio contou que de repente, talvez pelo excesso de bebida, Juvenil teria sacado a faca sem motivos e o atacado. O golpe acertou o polegar direito. “Ele garante que não houve discussão”, relatou o delegado.

Devido a atitude do inquilino, Antônio apanhou uma cadeira e jogou sobre ele, conseguindo lhe tomar a faca. Mas ao invés de correr, foi para o contra-ataque, acertando um golpe no pescoço e dois nas costas de Juvenil. Depois saiu da casa, telefonou para a mulher contando o que tinha acontecido e se escondeu em baixo da ponte. “Ele garante que não foi ele quem cobriu o corpo”, falou o delegado.

Suspeitas

No local do crime, alguns moradores informaram que Antônio seria um homem violento. Outras pessoas deduziam que o motivo da briga teria sido divergências sobre o calor ou pagamento do aluguel e alguns apontavam para uma discussão passional. “Analisando a cena do crime e o depoimento do autor, acreditamos que o motivo foi bebedeira mesmo. As outras hipóteses eram apenas especulações”, salientou o delegado.

A mulher de Antônio que estava trabalhando quando recebeu a notícia. Sem coragem para voltar para casa, ela pediu ajuda ao proprietário de um bar, que acionou a Polícia Militar. A princípio, os policiais verificaram a casa de Juvenil, que morava com a mulher e os dois filhos. Tudo estava em ordem, mas na casa da frente, havia bagunça na cozinha e marcas de sangue no corredor. O corpo estava estendido na entrada da casa, com um cobertor em cima. A faca usada para matar a vítima foi deixada sobre a pia, ao lado de restos de comida. No quarto também havia manchas de sangue, segundo os soldados Terra e Garcia, do 17.º Batalhão, que atenderam a ocorrência.

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