“Conto do paco” leva trinca para cadeia

Três indivíduos, dentre eles uma mulher, foram presos acusados de aplicar o “conto do paco”, às 15h30 de ontem. Foram indiciados por estelionato Jorge Alexandre de Oliveira, 27 anos, o taxista Celso Mocellim Araújo, 36, e Denise Cristina Fabrício, 23.

Os investigadores Celso, Roberto e Carlos, da Delegacia de Furtos e Roubos, estavam realizando diligências pela Vila Hauer, quando notaram o grupo saindo de uma lanchonete e entrando num carro suspeito, um táxi de Campina Grande do Sul. Fizeram a abordagem e durante a revista no carro e nos suspeitos, localizaram um pacote com dinheiro, que se tratava do “conto do paco”: maço de dinheiro feito de jornal e envolto por apenas uma cédula verdadeira.

Confissão

Os três foram levados à DFR e confessaram ter participado de no mínimo dois golpes na região central de Curitiba, outros em Joinville (SC) e Araucária. Um dos presos (Jorge) contou que na manhã de ontem eles tentaram aplicar esse golpe no centro de Araucária, em frente à Caixa Econômica Federal, onde seria lesado um homem na quantia de R$ 800,00. De acordo com o detido, os golpes eram aplicados na maioria das vezes por Jorge e Denise, enquanto que Celso utilizava o seu táxi para a locomoção dos golpistas.

Vítimas

As vítimas são escolhidas logo após sair de agências bancárias, caindo no golpe motivadas pela ganância de adquirir dinheiro fácil. No final da história acabam lesadas e perdem todo o dinheiro que haviam sacado do banco. O delegado Gerson Machado espera que com a divulgação das fotos dos golpistas outras vítimas compareçam à DFR para registrar queixa. “É importante para a polícia que todas as pessoas lesadas apareçam na delegacia. Assim poderemos angariar mais provas contra esses golpistas” explicou. Qualquer informação pode ser obtida junto à DFR, pelo telefone 262-2800.

“Cana” para outro golpista

Após aplicar o golpe do cheque, o pedreiro Reinaldo Pereira da Cruz, 34 anos, foi preso por policiais da Delegacia de Estelionato e Roubo de Cargas, no final da tarde de segunda-feira, no Sítio Cercado. Ele foi autuado em flagrante por estelionato pelo delegado Agenor Salgado, titular da especializada. A polícia procura o comparsa de Reinaldo, um rapaz de aproximadamente 35 anos, chamado França.

Golpe

De acordo com o delegado, Reinaldo e França adulteraram os dados de uma folha de cheque, apagando o nome e o número da conta de um correntista, e colocaram informações fictícias. Depois se dirigiram até uma loja de materiais de construção no Pinheirinho, no último dia 29 de janeiro, e compraram R$ 2.380,00 em ferro. A pedido dos “compradores” o material foi entregue em um terreno na cidade de São José dos Pinhais. Após receberem, os dois colocaram todo o ferro em um outro caminhão e levaram para um barracão no Sítio Cercado, em Curitiba. “Eles já haviam vendido o ferro pelo valor de R$ 1.700,00 para outra pessoa”, relatou Salgado.

O golpe foi descoberto pelo proprietário da loja de materiais de construção, que depositou o cheque em sua conta corrente e foi avisado pelo gerente do banco que a conta e o correntista não existiam. Imediatamente o comerciante procurou a Delegacia de Estelionato, onde registrou a ocorrência. Os investigadores Edson Facchi e Gerson iniciaram as investigações e demoraram a localizar Reinaldo, que ainda estava com a carga de ferro e foi autuado em flagrante.

Salgado acredita que a dupla aplicou outros golpes semelhantes em Curitiba. “O alvo seria somente materiais de construção, mas é possível que os dois tenham lesado comerciantes de outros ramos”, salientou. Ele disse que as investigações continuam no sentido de localizar e prender França, além de apurar outros crimes. Pessoas lesadas que reconheçam Reinaldo devem entrar contato com a delegacia através do telefone 322-1653.

Primeira vez

Reinaldo contou que está desempregado e ainda falta receber três parcelas do seguro desemprego. Ele conheceu França em uma oficina mecânica no Sítio Cercado, há dois meses. “Como estou desempregado, ele me convidou para construir um barracão. Aceitei, é claro”, relatou o pedreiro. Segundo Reinaldo, França lhe perguntou se conhecia um local bom para comprar ferro e ele indicou a loja no Pinheirinho. “Não sabia que o cheque era frio. Depois o França desistiu da construção e pediu para eu vender o ferro por R$ 1.700,00. Eu ganharia R$ 200,00”, contou. Reinaldo acusa França de ter planejado o golpe e arrumado as folhas de cheque. O pedreiro alega que este foi o único golpe que praticou e que não tem antecedentes criminais. “Quando a polícia me prendeu, o França estava no bairro. Todo mundo viu a movimentação. Alguém avisou o França, que conseguiu escapar”, comentou Reinaldo.

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