Continuam investigações sobre superassalto

Com grande movimentação policial, prosseguem as investigações referentes assalto ao edifício Palais Lac Léman, no Ecoville, Mossunguê, ocorrido na noite de terça-feira. O nome de um suspeito – Marcos José Mafra -, fugitivo da Justiça paulista, foi apurado, porém até a noite de ontem a polícia não havia confirmado a participação direta desse criminoso. Pelos menos outros 14 homens invadiram o prédio de luxo, saqueando 18 dos 23 apartamentos. Eles se limitaram a levar jóias, dólares e reais.

Até aquela noite o edifício era considerado um dos mais seguros de Curitiba. No entanto, os quadrilheiros – bem armados e com conhecimento sobre a rotina dos seguranças e dos moradores – não tiveram nenhuma dificuldade para invadir o local, dominar os funcionários e fazer mais de 40 pessoas como reféns. A polícia não esconde a suspeita da participação de algum um ex-funcionário ou pessoa que tinha ligação direta com moradores.

Dificuldades

As próprias vítimas não estão conseguindo colaborar com as investigações, pois fornecem informações desencontradas e não conseguem fazer reconhecimentos com segurança. “Quando mostramos fotos de quadrilheiros que agem desta forma, as pessoas dizem que eles são mais ou menos parecidos com os que invadiram o prédio. Só com um mais ou menos não dá para trabalhar”, lamentou o delegado Luiz Carlos de Oliveira, titular do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), um dos envolvidos nas diligências.

A confecção de retratos falados também está dificultada, devido a tensão nervosa das vítimas que, depois de ficar sob a mira de armamento pesado, não conseguem descrever os ladrões, mesmo tendo o assalto durado cerca de três horas. Nem mesmo o valor do que foi roubado pode ser confirmado pela polícia. A princípio calcula-se um prejuízo de R$ 300 mil.

Organizados

Uma das principais pistas seguidas até agora pelos investigadores é a organização da quadrilha. Acredita-se que pelo menos um dos integrantes conhecia o prédio, um dos moradores ou um dos funcionários, já que os bandidos tinham conhecimento até de um apartamento que estava desocupado.

Eles também teriam de ter experiência em crimes dessa natureza. “Para ficar tranqüilo durante três horas, tem que ser experiente”, lembrou Oliveira, que atua no caso juntamente com o delegado Alfredo Dib Júnior, da Delegacia de Furtos e Roubos – DFR.

Assalto

Os bandidos renderam os porteiros do prédio por volta das 18h20 da terça-feira e só saíram depois das 21h30. Durante esse tempo, renderam moradores que chegavam em casa, reunindo todos no salão de festas. De lá, partiram para saquear os apartamentos. Os proprietários eram obrigados a abrir o cofre e entregar objetos de valor. Há informações de que em alguns apartamentos o grupo chegou a usar maçarico para abrir o cofre e retirar os pertences de maior valor.

Antes de fugir, os ladrões perguntaram sobre os carros das vítimas e pediram por algum que fosse blindado. Uma moradora ofereceu o dela, mas alertou que o veículo era dotado de rastreador por satélite. Eles não o aceitaram.

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