Confusão em família termina em homicídio

Briga de família terminou em morte às 23h de sexta-feira, na Rua Comendador Franco (Avenida das Torres), na Vila das Torres. O mecânico Edilson Ozório de Campos, 34 anos, foi assassinado com um tiro na barriga. Ele chegou a ser levado ao Hospital Cajuru, mas não resistiu ao ferimento. A autora do disparo seria a cunhada do mecânico, Clarice Leal da Cruz, 20 anos, que promete se apresentar na Delegacia de Homicídios amanhã.

A amásia da vítima, Luciana Leal da Cruz, 28 anos, disse que, na noite de sexta-feira, Edilson a levou na casa da mãe para buscar um secador de cabelos. Estava tudo bem. De repente, seu amásio começou a xingá-la e agredi-la com socos e chutes. A sogra do mecânico, Sandra Maria Leal da cruz, 54 anos, tentou intervir em favor da filha e também foi agredida. A Polícia Militar foi acionada e esteve no local, mas quando chegou o mecânico já havia deixado a casa da sogra. Os policiais fizeram buscas pelo bairro e não encontraram Edilson. Assim que a viatura da PM deixou o local, Edilson retornou, mas dessa vez armado. Ele voltou a espancar a amásia, com quem convivia há 14 anos e tem cinco filhas, e a jogou no chão. Testemunhas contaram que ele disse: “Dessa vez eu te mato.” Desesperada, Sandra tentou conter o genro, mas também foi espancada. Vendo a confusão e temendo que sua irmã fosse assassinada, Clarice lutou com o cunhado, tentando tomar sua arma. Durante a confusão, um disparo atingiu a barriga do mecânico.

Sandra disse que sua filha Clarice está desesperada e vai se apresentar à polícia. “Ela nem sabe se foi ela quem atirou ou se na luta ele puxou o gatilho”, contou a mulher, que estava no Instituto Médico Legal na manhã de ontem com Luciana, tentando liberar o corpo do genro.

Marcas

Luciana exibia as marcas de agressão. “Desde os meus treze anos eu vivo com ele. Sempre fui espancada. Primeiro o Edilson bebia. Depois se envolveu com drogas e as coisas começaram a piorar. Ele tentou me matar três vezes”, relatou Luciana. Ela disse que todas as vezes que tentou sair de casa, Edilson ia buscá-la na casa da mãe e a ameaçava de morte caso insistisse na separação. “Se eu ficava com ele apanhava, mas se o deixasse me matava. Eu não tinha escolha”, reclamou.

Luciana disse que tem medo da família do amásio. “Querem me matar porque acham que fui eu, mas não tenho culpa. Se foi a minha irmã que atirou, foi para se defender. Ele iria me matar, além da minha mãe. Não tinha outro jeito”, lamentou a mulher. “Apesar de tudo, quero velar o corpo na minha casa. Tenho cinco filhas com ele. A mais velha, de 13 anos, viu o pai morrer. A mais nova, de 4 anos, não para de chamar pelo pai. Apesar de tudo, eu gostava dele e agora vou ter que criar minhas cinco filhas sozinha”, ponderou Luciana.

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