Os 335 auxiliares de carceragem do Paraná estão apreensivos. Neste domingo, a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Seju) realiza Processo Seletivo Simplificado (PSS) para contratar 1.235 agentes de cadeia pública, cargo criado para substituir os auxiliares de carceragem, que são ligados à Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).
Os atuais auxiliares que não passarem na seleção ficarão sem trabalho e prometem pedir afastamento. “Os aprovados vão assumir apenas em 2013, depois de passar por cursos de formação”, afirma Reginaldo Santos Carvalho, presidente da Associação dos Auxiliares de Carceragem do Paraná e que trabalha no 11.º Distrito Policial em Curitiba. “Acho que vão encontrar dificuldades porque a Seju não tem experiência em carceragem. O pessoal que está trabalhando hoje é preparado e passou pelos cursos”.
Rebeliões
O presidente do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil do Paraná (Sipol), Roberto Ramires, teme rebeliões e fugas das delegacias lotadas. “Tendo gente experiente, fica mais fácil conter os ânimos. A preocupação dos investigadores é de uma hora para outra o governo tirar este pessoal”, comenta. Ramires defende que a experiência dos auxiliares de carceragem deve ser levada em consideração no quesito títulos e outras atribuições do novo processo seletivo.
A Sesp informa que os profissionais foram contratados por tempo determinado e não há possibilidade de renovar os contratos nem de contratação automática pela Seju. O resultado do novo PSS deve ser divulgado até 15 de janeiro e os aprovados devem assumir até o fim do mesmo mês, após curso de formação. Os auxiliares de carceragem serão substituídos pelos agentes de cadeia pública nas 64 delegacias que passarão a ser geridas pela Seju. O cargo exige ensino médio completo e tem remuneração de R$ 1.798,63.
Os auxiliares de carceragem trabalham desde 2006, contratados via PSS. Eles são responsáveis pelo acompanhamento de visitas nas delegacias, revistas nas celas e transporte de presos, entre outras atribuições.