Às 20h o comércio de Pinhais
já está todo fechado.

As portas dos estabelecimentos comerciais fecham mais cedo e o medo de assaltos toma conta dos comerciantes da Rua Jacob Macagnan, em Pinhais. Apenas alguns tem coragem para permanecer com as portas abertas após as 20h, amparados por uma empresa particular de segurança. A situação ficou tão crítica que uma panificadora fechou definitivamente as portas, depois de ser assaltada várias vezes e sua proprietária ser ameaçada de morte. Os comerciantes preparam agora um abaixo-assinado para tentar reverter a situação.

O medo tomou conta de tal forma das pessoas, que elas não querem ser identificadas, mas as histórias são comuns a todas. A reportagem da Tribuna, conversou com proprietários e funcionários de vários estabelecimentos e colheu de todos relatos semelhantes entre si. Os entrevistados já passaram pela experiência de ter de entregar o lucro para bandidos sob a ameaça de uma arma.

Medo

O dono de uma loja se diz com sorte pois foi assaltado apenas duas vezes, nos últimos 12 meses. Não é o caso de seu vizinho, funcionário de uma farmácia. Ele já passou por essa experiência três vezes, em 40 dias. Uma panificadora fechou as portas. A proprietária e seu marido não quiseram dar entrevista, pois haviam sido assaltados na quarta-feira passada e tiveram de ir ao hospital, em crise de nervos. Foi a segunda vez em uma semana. No relato de um dos casos pode-se ter a idéia da situação em que trabalham as pessoas na Avenida Jacob Macagnan. Um garoto, com no máximo 15 anos, assaltou uma farmácia na semana passada, às 15h. Na quarta-feira, o mesmo menino vestido com as mesmas roupas passeava observando as casas comerciais, como a escolher a próxima vítima. “Hoje em dia, qualquer criança anda armada”, lamentou o proprietário da farmácia.

Insegurança

Para o segurança de uma empresa de vigilância a situação é realmente crítica. “Em duas semanas foram quatro assaltos”, relatou, esboçando uma explicação: “É fácil, eles chegam quietos, apontam a arma para o caixa e pedem o dinheiro. Depois desaparecem”. O segurança estava em frente a uma panificadora que nunca passou por um assalto e era uma das poucas portas abertas após as 20h. Segundo o proprietário é sorte, para outros, é a proximidade do módulo policial.

Apenas um policial militar toma conta do módulo, sem viatura que lhe dê suporte. Os comerciantes mais antigos registraram que os últimos dois anos têm sido os piores.

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