Comando suspende seis PMs

Seis policiais militares, suspeitos de ferir com um tiro na cabeça um adolescente no último domingo, foram suspensos ontem. O comandante-geral da PM, coronel David Pancotti, assinou a ordem de suspensão dos policiais, que pertencem ao Regimento de Polícia Montada. As armas usadas na operação – que resultou no ferimento no garoto – foram apreendidas e passarão por exame de balística, para comprovar se o tiro partiu de alguma delas. Mairon Dietzsch, estudante de 15 anos, está internado em estado grave na UTI do Hospital Cajuru.

A abordagem policial ocorreu na madrugada de domingo, na Rua Fernando de Noronha, bairro Boa Vista. Uma briga entre jovens, em uma barraca de cachorro-quente na Avenida Paraná, foi o estopim da confusão. Mairon e três amigos, que ocupavam uma Caravan preta, desentenderam-se com outro grupo de rapazes.

A PM foi acionada para uma ocorrência descrita como briga com disparo de arma de fogo. Os próprios amigos de Mairon teriam feito o telefonema ao 190. Logo ao chegar, a primeira viatura do RPMont deteve um membro do outro grupo envolvido na confusão. A Caravan foi perseguida pelo RPMont, que atirou para deter o veículo. O carro parou na Rua Fernando de Noronha, quando os policiais perceberam que Mairon estava baleado na cabeça, no banco de trás. Os próprios policiais providenciaram socorro médico ao garoto ferido. Também foi constatado que os amigos de Mairon estavam desarmados.

Investigação

Além da suspensão, os policiais suspeitos de autoria do disparo em Mairon também respondem a inquérito interno na corporação.

Já na Polícia Civil, correm atualmente 380 processos de investigação internos, envolvendo cerca de 100 policiais. A informação é do Conselho da Polícia Civil, que se reuniu nesta terça-feira pela primeira vez com a sua nova composição, que inclui representantes do Ministério Público e Procuradoria-Geral. O objetivo é dar agilidade e solução a diversos processos atrasados e promover a “limpeza” da instituição policial, conforme foi determinado pelo governador Roberto Requião.

O conselho julga processos contra policiais e delibera sobre criação de cargos, remoção de delegados e aprovação de regimentos internos.

Processos

O secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, abriu a reunião do conselho dizendo que “não se trata de ?caçar bruxas?, mas sim de sanar processos que se arrastam há tempos”. Alguns deles estão sem solução há quase cinco anos.

De acordo com o delegado-geral Adauto Abreu de Oliveira, 20 novos processos foram enviados ao conselho nessa primeira reunião. Ele estima que cerca de 100 policiais sejam expulsos da instituição por transgressões disciplinares.

As transgressões disciplinares podem ter três conclusões para o acusado: ele pode ser inocentado, suspenso ou demitido. Os crimes mais freqüentes entre policiais civis são: concussão (extorsão feita por funcionário público no exercício de sua função), narcotráfico, furto de veículos, uso indevido de armas de fogo e tortura.

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