Chacina em Guaíra durou mais de seis horas

Uma reconstituição da chacina que matou 15 pessoas e feriu outras oito em Guaíra, na segunda-feira, ajudou a polícia a esclarecer alguns pontos do crime. Ela foi realizada na manhã de ontem, com duração de quase duas horas. Participaram da reconstituição uma mulher e uma adolescente de 16 anos, que escaparam ilesas da fuzilaria.

Segundo destacou o promotor Marcos Cristiano Andrade, uma das revelações mais importantes foi a duração da chacina; os assassinos permaneceram na chácara por mais de seis horas. A primeira vítima foi abordada pouco depois das 7h e executada pelas 8h30.

A última foi morta às 13h30, quando os três executores deixaram a chácara. Nesse meio, não se sabe exatamente a ordem das mortes. “Os únicos que sabem do começo ao fim são os próprios executores”, afirmou o promotor.

Outro ponto esclarecedor foi a forma exata como os assassinos chegaram até a casa. Eles teriam vindo pela mata lateral da chácara e atacado pelos fundos da residência.

Um pedreiro que trabalhava no local e um dos filhos de Jocemar Marques Soares, o “Polaco”, dono da propriedade, foram os primeiros a serem abordados. Investiga-se a hipótese dos marginais terem chegado ao local por outros meios, não de barco.

Prisões

Na terça-feira, o juíz Wendel Fernando Bruniere decretou as prisões temporárias de Jair Correia, 52 anos, e de Ademar Fernando Luiz, 26, envolvidos na fuzilaria. Eles foram rapidamente identificados pelas testemunhas porque tiraram o capuz durante a execução.

E apesar da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) divulgar que Gleison Correia, filho de Jair, também teve a prisão decretada, o promotor de Guaíra desmente a informação.

“O terceiro homem não tirou o capuz. Duas testemunhas dizem conhecer Gleison e afirmam que a compleição física dele é diferente do matador. Com a dúvida, a prisão não foi decretada”, disse o promotor.

Durante todo o dia de ontem, policiais brasileiros trabalhavam em conjunto com a Polícia Nacional do Paraguai. Por volta das 15h, o delegado de Guaíra, Pedro Lucena, recebeu algumas informações sobre os bandidos, que estariam num sítio daquele país, e correu para lá. Porém os marginais não foram encontrados.