Assassinato

Caso Rachel completa um ano ainda sem solução

Aos 9 anos de idade e com inteligência acima da média, Rachel já sabia o que queria ser quando crescesse. Iria montar um atelier de costura e ser modista. O sonho de futuro nasceu da influência da avó paterna, Aparecida Gomes de Oliveira, 63 anos, a “Cida”, como é conhecida em Praia de Leste, onde mora e mantém um pequeno ateliê.

Com voz trêmula e choro incontido, “Cida” faz um apelo: “Por favor, prendam este assassino. Minha neta não voltará, mas ele precisa pagar pelo que fez”. Há um ano a vida de “Cida” é marcada pela dor.

Ela disfarça diante dos parentes e amigos, mas não consegue conter as lágrimas o tempo todo. Esconde-se para chorar. Sente falta de Rachel, a neta que, nos dois anos anteriores, havia passado as férias de inverno e de verão com ela.

Memórias

O retrato da menina continua na estante, assim como um quadro, último presente dado à avó. Na sala de costura e em todas as peças de bijuterias que estão à venda há um toque da menina. Da última fez que ficou com “Cida”, Rachel pacientemente cortou centenas de pedacinhos de cartolina e os transfixou com um fio para transformá-los em etiquetas de preço, que são usadas até hoje.

“Cida” não gostava da forma “solta” como Rachel era criada e por várias vezes alertou o filho e a ex-nora do perigo em deixar a criança sair sozinha da escola e ir de ônibus para casa. “Mas eles diziam que ela era muito esperta e saberia se defender”, comentou.

Sumiço

Desde maio, quando a mãe de Rachel passou em um concurso e foi trabalhar numa creche, a garota fazia o trajeto do Instituto de Educação, na Rua Emiliano Perneta, até sua casa, na Vila Guaíra, pegando um ônibus na Praça Rui Barbosa. Foi neste trajeto que ela sumiu no dia 3 de novembro do ano passado (segunda-feira), após as 17h30.

O corpo foi abandonado na rodoferroviária entre 18h e 20h de quarta-feira, dentro de uma mala. Ela foi encontrada por volta das 21h, por índios que pernoitavam embaixo do vão da escada.

Como o dono não foi localizado, os funcionários da rodoviária a abriram no início da madrugada do dia 5, encontrando o corpo. Desde então a morte de Rachel é um grande e revoltante mistério.