Caso Evandro: novo júri para três acusados

Após cinco adiamentos, três dos acusados de participar do assassinato do garoto Evandro Ramos Caetano, em um suposto ritual de magia negra, em abril de 1992, vão novamente a júri popular na próxima segunda-feira. Os pais-de-santo Osvaldo Marcineiro e Vicente de Paula Ferreira e o ajudante de terreiro Davi dos Santos Soares, serão julgados pela 2.ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba.

Dos adiamentos, dois deles aconteceram porque o advogado de defesa renunciou à causa. Em outra ocasião uma jurada passou mal e na última tentativa, em 1999, após seis dias de júri o advogado de defesa abandonou o plenário, alegando suposto cerceamento do direito de defesa dos réus.

Ferreira e Soares respondem ao processo em liberdade, já Osvaldo Marcineiro está preso desde julho do ano passado, por estelionato. Devido a este crime, ele teve sua liberdade cassada também no caso de Guaratuba.

Acusação

No julgamento atuarão os promotores de Justiça Lúcia Inez Giacomitti Andrich (titular da 2.ª Vara) e Paulo Sérgio Markowicz de Lima (promotor designado, que já atua no caso desde 1999). A acusação irá pedir pela condenação dos réus sob a alegação que existem provas da autoria, inclusive por confissões, e ausência de álibi. Os laudos positivos dos exames odontológico e de DNA também serão usados como provas de que o corpo encontrado é mesmo Evandro. A previsão é que sejam ouvidas em juízo pelo menos 15 testemunhas, sendo cinco de acusação e as demais, convocadas pelos réus. (PC)

Absolvidas, as Abagge terão um novo julgamento

Depois do julgamento de Osvaldo Marcineiro, Vicente de Paula Ferreira e Davi dos Santos Soares, a Justiça deve também marcar um novo júri para Celina e Beatriz Abagge. Mãe e filha são acusadas de mandantes do assassinato de Evandro Ramos Caetano e já se submeteram a um júri popular. Foram absolvidas.

O julgamento, que aconteceu em 1998 e foi considerado o mais longo da história da Justiça brasileira, com duração de 34 dias, inocentou mãe e filha. Porém, no dia 4 de setembro de 2003 o Ministério Público pediu e obteve a anulação do resultado, alegando que os exames odontológicos e de DNA do corpo comprovaram que o cadáver era mesmo de Evandro.

Na época do julgamento, a defesa negou a materialidade do crime, não reconhecendo que o cadáver achado em um matagal, em Guaratuba, era do garoto Evandro. O corpo encontrado estava desfigurado e sem vários órgãos. Os jurados acataram a tese.

Também respondem ao processo o comerciante Sérgio Cristofolini e o auxiliar de contabilidade Airton Bardelli dos Santos, que ainda não foram julgados.

Voltar ao topo