Casal morre baleado dentro de chácara

Uma chácara situada na Estrada do Pinheiro Seco, localidade de mesmo nome, em São José dos Pinhais, foi o cenário de uma misteriosa execução. O casal Antônio da Silva, 32 anos, e Maria das Graças Pereira, 35, foi assassinado dentro da humilde casa onde vivia há quase dois anos. Eles trabalhavam como caseiros e, inicialmente, não possuíam rixa com ninguém. Antônio foi morto com, no mínimo, três tiros: cabeça, braço e peito. Maria com disparos na cabeça e braço.

De acordo com informações de vizinhos, tiros foram ouvidos por volta das 19h30 de domingo, mas os corpos só foram achados na tarde de ontem. Um vizinho que não conseguia falar com o casal através do telefone celular foi até a residência e deparou com a cena tétrica. Muito sangue espalhado pelo chão e os corpos caídos: o dela, atrás do sofá da sala, e o dele, na cozinha.

Policiais militares do 17.º Batalhão foram chamados em seguida.

Execução

Os matadores foram determinados a executar o casal e conheciam bem o local, conforme avaliação da polícia. Tanto é verdade, que o portão principal não foi arrombado (continuava com o cadeado) e eles entraram por uma falha existente na cerca de arrame farpado que circunda a residência. O local é bastante escuro e no horário do crime não havia ninguém na casa principal – que fica a uns 50 metros de distância – para atrapalhar o “serviço”.

Pela dedução dos policiais militares, Laureano e Guimarães, ao entrarem no terreno os matadores foram se posicionar em volta da casa para não dar chances de fuga às suas vítimas. No entanto, encontraram com João do lado de fora, recolhendo roupas no varal. Tiros foram disparados contra ele, pois foram encontradas duas cápsulas caídas na grama próximo ao tanque de lavar roupas. Tentando salvar a vida, o homem saiu correndo e entrou na casa, mas não conseguiu fechar a porta. Nesse momento, Maria – que provavelmente estava assistindo televisão pois o aparelho estava ligado quando a polícia chegou – tentou se esconder atrás de um dos sofás da sala.

Chute

Um dos assassinos não deixou sequer a porta ser fechada e com um chute forçou a entrada. Em seguida, os outros matadores que estavam dando cobertura do lado de fora, quebraram as janelas e passaram a atirar. Há sinais de pólvora nas cortinas da sala. Os movimentos realizados dentro da casa entre vítimas e assassinos não podem ser descritos. Mas há manchas de sangue e cápsulas de pistola por todos os cômodos. João foi morto na cozinha e ao seu lado estavam as peças de roupas que havia acabado de recolher do varal. Maria foi assassinada atrás do sofá, onde tentou se esconder.

Investigação

O local continuava intacto até a chegada da polícia, inclusive o televisor ligado e as luzes acesas. Apenas um filhote de cão passeava dentro da residência. Devido aos inúmeros projéteis recolhidos – no mínimo dez -, os assassinos usaram o mesmo modelo de pistola. De acordo com o delegado de Borda do Campo, Walace de Castro, pelo menos duas pessoas participaram da execução. Foram levados para a delegacia um telefone celular e uma pasta com documentos que devem ser examinados. O motivo do crime é um mistério. Vizinhos contaram que eles eram bem quistos e inclusive, no final da tarde de domingo, estavam na casa de amigos tomando café.

Comentários, no entanto, levantam uma hipótese para as mortes: o casal seria testemunha de algum crime. “Eles já haviam sido ameaçados outras vezes por telefone”, contou uma das pessoas presentes. Outra pista é que Maria teria uma audiência trabalhista marcada para o início de agosto. Seria contra um ex-empregador dela, numa outra chácara onde havia trabalhado. Os policiais afirmaram que essas pistas são apenas especulação. Acredita-se que a resposta para o motivo do duplo homicídio esteja nos papéis que serão averiguados.

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