A casa no Parolin foi alvo de operação comandada por policiais mascarados, sem a ordem de um delegado, no início do ano passado. Marcus Vinicius Michelotto, preso temporariamente ontem pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), era o delegado-geral na época e considerou a ação clandestina. Celezinski era o delegado do 5.º Distrito Policial (Bacacheri), que recebeu os 40 caça-níqueis e outros materiais apreendidos pelos policiais mascarados. Três funcionários da mansão foram ouvidos e liberados.

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A mansão de três andares tinha suítes luxuosas, o que despertou a suspeita de casa de prostituição. A denúncia não foi comprovada. A corregedoria da Polícia Civil passou a investigar os policiais que comandaram a operação na mansão, mas ninguém foi punido. O delegado do 2.º DP na época, que começou a investigar a mansão, foi transferido para uma delegacia da região metropolitana.

Em entrevista à Gazeta do Povo em fevereiro deste ano, o empresário dono do imóvel, André Luiz Czaban, afirmou que os policiais roubaram câmeras de vigilância durante a operação no ano passado, e que eles também torturaram um funcionário que ainda trabalhava na casa. A mansão estava sublocada para três pessoas. O empresário contou que repassou dados sobre os três, que seriam apenas os “laranjas” de uma quadrilha proprietária de vários pontos de jogatina ilegal na cidade.

Padrão

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Roberto Ramirez, presidente do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil (Sipol), disse que, em janeiro do ano passado, vários policiais civis se reuniram para definir a Operação Padrão, que incluiu a invasão à “Mansão Cassino”, outra ação contra a pirataria, que aconteceu no mês seguinte, e o cumprimento fiel à Cartilha da Polícia Civil, em protesto à desvios de função que muitos policiais vinham se submetendo. A assembleia aconteceu no Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol). “Todos os policiais que participaram da operação Mansão e da operação contra a pirataria sofreram represálias dentro da corporação. Foi uma grande contradição da parte do delegado-geral na época. Foi natural que um desdobramento como este acontecer”, disse Ramirez, se referindo às prisões feitas ontem pelo Gaeco.