Um crime de extrema crueldade foi registrado na zona rural de Almirante Tamandaré, na manhã de terça-feira (10). Três corpos foram encontrados no terreno de uma propriedade, dois deles totalmente carbonizados dentro de um veículo e o outro, poucos metros adiante, com os pés amarrados, parcialmente queimado e com marcas de tiros. Há suspeitas de ser um acerto de contas entre membros de uma organização criminosa.

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Por volta de 7h, o agricultor chegava para trabalhar e avistou o carro, mas não notou que dentro estavam dois corpos totalmente queimados. Quando chegou mais perto, viu um corpo cerca de dois metros do veículo Gol, de cor original preta, e chamou a polícia. “Chamei também o Siate, pois achei que (o homem) podia estar vivo”, contou o senhor, que não quis se identificar.

Os policiais do 22.º Batalhão da PM, ao prestar os primeiros atendimentos, informaram que o fogo consumiu com tudo, não sendo possível saber o sexo das vítimas. Um corpo ficou com um braço pra fora do vidro traseiro, supostamente parecendo que tentava fugir. O outro corpo estava caído no banco do motorista. Por uma das placas que não queimadas totalmente, foi possível saber que o carro não tem alerta de furto ou roubo e que o Gol é do bairro Capão Raso, em Curitiba.

A versão sustentada pela polícia, é que a terceira vítima morta fora do carro conseguiu fugir pelo vidro traseiro, mas como estava amarrada, pouco conseguiu se arrastar, antes de ser atingida por tiros na cabeça. Foi possível identificar que se trata de um jovem, que vestia blusa vermelha, calça jeans e meias brancas. Os pés estavam amarrados com uma corda grossa e havia marcas de tiro na cabeça e uma poça de sangue próximo ao corpo.

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Para o delegado Nasser Salmen, titular da Delegacia de Almirante Tamandaré, que esteve presente no local apurando todas as informações, os assassinos “apreciavam” a queima das vítimas ainda com vida. “Certamente um crime premeditado, com requintes de crueldade. Quem matou trouxe uma grande quantidade de combustível para executar o trio”, relatou o delegado.

ACERTO DE CONTAS

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A Polícia Militar repassou ao delegado ainda no local do crime uma denúncia realizada pelo telefone 190 nesta madrugada, que será a principal linha de investigação. A ligação recebida dava conta que três pessoas estavam sendo torturadas por membros de uma facção criminosa dentro do Morro da Formiga, na divisa de Curitiba e Almirante Tamandaré. “A denúncia foi de madrugada e coincidentemente pela manhã encontramos três mortos nesta situação”, afirmou o delegado.

A ligação dizia ainda que os torturadores estavam cortando orelhas e dedos das pessoas. Uma faca de grande porte foi encontrada no matagal pela polícia. Havia marcas que pode ser sangue, mas apenas a perícia do Instituto de Criminalística poderá confirmar. Uma carteira também foi recolhida e encaminhada junto com os corpos ao Instituto Médico-Legal para proceder com a identificação dos corpos.