Carro arrastou corpo de moça atropelada por 2 km

A Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) de Curitiba vai investigar um atropelamento que resultou em morte no Capão Raso (zona sul), no fim da tarde de anteontem. Louise Catarine Teixeira, de 16 anos, filha da prefeita Luciane Maira Teixeira, de Agudos do Sul, caiu de uma Kombi e foi arrastada por um Escort por 2 km. Com ferimentos generalizados, a garota foi levada pela ambulância do Siate ao Hospital do Trabalhador, onde morreu horas depois. O motorista do Escort foi preso e autuado por homicídio.

Louise e Luciane eram passageiras da van, cuja porta abriu-se no meio da via rápida do Pinheirinho (sentido centrobairro), às 18h de sexta. Conforme apurou a Dedetran, a garota teria saltado propositadamente do veículo em movimento. Atrás vinha o Escort AAF-6574, de São José dos Pinhais, dirigido por Ronaldo Salles, 32, que atropelou a menina e fugiu.

Instantes depois, na Rua Miguel Feliz, Capão Raso, policiais femininas da Patrulha Escolar espantaram-se ao ver o Escort em alta velocidade com um corpo enroscado no lado esquerdo do pára-choque dianteiro. Elas partiram no encalço do carro e, com apoio de outras equipes, conseguiu pará-lo algumas quadras adiante.

Interrogado, o motorista disse que só naquele momento se deu conta que a garota fora arrastada desde o local do acidente. Duas equipes do Corpo de Bombeiros vieram em auxílio à vítima: uma do Siate, para o socorro médico, e a outra para retirar o corpo preso ao carro. Em estado muito grave, Louise foi levada com vida ao hospital e morreu às 21h30 do mesmo dia.

Doloso

Ronaldo contou aos policiais que percebeu o corpo caindo em direção ao Escort, depois que a porta da Kombi abriu-se, e sentiu o impacto do atropelamento. Assustado, deixou o local do acidente por medo de represálias, sem notar a garota presa ao carro, e fez várias conversões até ser parado pela polícia.

A versão de Ronaldo não convenceu o delegado titular da Dedetran, Adonai Armstrong, que o autuou em flagrante por homicídio doloso (no qual o infrator assume o risco de provocar a morte). “A roda do carro passou várias vezes pelas pernas e outras partes do corpo da vítima. É inconcebível que alguém dirija 2 km nestas condições e não perceba nada”, afirmou. Para o delegado, ficou clara a intenção de Ronaldo de fugir e eximir-se da responsabilidade, reforçada pela tentativa de escapar da abordagem policial. “Caso ele parasse após o atropelamento, a moça quebraria o pé ou a perna e seria um acidente de trânsito comum”, lembrou.

O motorista, que não apresentava sintomas de embriaguez, teve a carteira de habilitação apreendida e continuava preso até o início da tarde de ontem.

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