Carrinheiro encontra bebê em Ponta Grossa

Dessa vez aconteceu em Ponta Grossa, numa caixa de entulhos de construção. Ontem pela manhã, quando o carrinheiro Sílvio Gaça saía para coletar papel, avistou um manto dentro de uma caixa de papelão, em meio aos restos de ferro e concreto. Embaixo dele estava escondida uma menina com menos de um mês de vida. O catador de papel deu os primeiros cuidados ao bebê em casa, dando banho e leite à menina. Depois, a polícia foi acionada e a criança levada para o hospital.

?Vi aquele manto bonito e pensei em pegá-lo. Quando cheguei perto, estava se mexendo?, contou Sílvio. O bebê estava com coloração roxa, segundo ele, provavelmente passando frio e fome. ?Na hora que vi fiquei muito assustado, com medo, mas ao mesmo tempo feliz em ver que estava viva?, disse o carrinheiro. ?Parece mentira, mas esta noite sonhei que estava com uma criança nos braços. E hoje (ontem) de manhã, aconteceu.? Ele e a filha levaram o bebê para casa e o entregaram aos cuidados de dona Stanislava Usiak, esposa de Sílvio. Ela se apaixonou pela menina. ?Não consigo mais esquecer a nenezinha?, falou.

Mesmo depois de alimentá-la e limpá-la, a família sabia que o nenê precisava ser examinado por um médico. O próximo passo foi chamar a polícia, que foi até a casa de Sílvio e Stanislava e recolheu o bebê, levando-o para o Hospital da Criança. ?Quando ela chegou, estava em excelente estado geral, com boa temperatura e higiene?, afirmou o médico que a atendeu, o pediatra Jaime Figueira, elogiando os primeiros cuidados que o casal de carrinheiros prestou. Segundo o médico, o bebê está saudável, pesando 2,9 quilos, mas não apresenta cicatrizes no calcanhar, indicando que não fez o teste do pezinho. ?Pode não ter nascido em hospital?, acrescenta, o que torna ainda mais difícil uma identificação de quem são os pais. Ela vai passar por exames de rotina e de HIV. Por enquanto, continua em observação na incubadora. ?Se passasse mais tempo na rua, poderia entrar em falência metabólica?, diz o pediatra, aliviado.

O casal quer ficar com a criança e foi orientado pela conselheira tutelar Jucemara Aparecida Santos a entrar com processo na Justiça requerendo a adoção – assim que sair do hospital, o bebê vai ficar sob os cuidados da Vara da Infância de Ponta Grossa. Não por muito tempo, no que depender de Stanislava, que já se considera mãe do bebê – e inclusive deu-lhe um nome, Andressa Carolina.

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