Carreta cai do Viaduto dos Padres e motorista morre

Por cerca de 500 metros, o caminhoneiro José Antenor, 55 anos, ficou sem freios em plena descida da Serra do Mar. O Scania que ele dirigia destruiu cavaletes e sinalizadores das obras na pista e desviou de outros veículos, mas não venceu a curva fechada na entrada do Viaduto dos Padres, quilômetro 41 da BR-277, em Morretes. A queda de 40 metros matou José Antenor instantaneamente, às 10h de ontem. Um operário ainda ficou ferido no acidente.

Por frações de segundo, dois serventes da Construtora Tengel escaparam de morrer atropelados. Alertado pelo grito do carpinteiro Hilário Zeni, 42 anos, o operário Adir Padilha, 43, viu o caminhão desgovernado vindo em sua direção, já bem próximo. Puxou pelo braço o companheiro Flávio Aurélio Santos, 25, e se jogou para o meio da pista, salvando-se por um triz. A carreta invadiu o acostamento onde estavam os trabalhadores, atravessou a mureta e voou no despenhadeiro. “Eu estava de costas e não vi o caminhão, foi muito rápido. Devo minha vida ao Padilha”, respirou Flávio.

Mesma sorte não teve outro servente, Aparecido Ferreira. Ele também conseguiu desviar do veículo, mas pedaços de um cavalete de madeira estraçalhado lhe atingiram a perna e o nariz. Ele foi socorrido e levado por uma ambulância da concessionária Ecovia até o Hospital Cajuru. Todos trabalhavam na reconstrução do guarda-corpo (mureta de proteção) naquele trecho da estrada.

Pânico

Os destroços a cerca de 300 metros davam a idéia dos segundos de pânico vividos pelo caminhoneiro. “Provavelmente ele perdeu os freios. Se tivesse sofrido um mal súbito, não conseguiria contornar a curva”, disse o policial rodoviário Eduardo Schafer. Sem controle, José Antenor percorreu o longo percurso pelo lado direito da pista, onde concentravam-se os equipamentos de sinalização das obras. Pouco antes de cair do viaduto, ainda desviou quatro caminhões que formavam uma fila no trecho dos reparos e bateu num compressor. A carreta Scania 112, placa ABU-2101, de Ponta Grossa, estava carregada com 28 toneladas de farelo de soja. Funcionários da Ecovia providenciaram a retirada do veículo destruído da ribanceira. O acidente causou um congestionamento de dois quilômetros na pista Curitiba-Paranaguá.

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