Capturados mais cincoda quadrilha de carros

Mais cinco integrantes da poderosa quadrilha de roubo de veículos que age no Paraná e em Santa Catarina foram presos anteontem na Praia do Gravatá, em Navegantes (litoral norte catarinense), durante uma operação conjunta realizada pela polícias Militar, Civil, Rodoviária Federal e Procuradoria de Investigação Criminal do Paraná (PIC). O grupo é liderado, segundo a polícia, pelo investigador Samir Skandar (policial civil paranaense) que está foragido.

Esta foi a segunda séria baixa da quadrilha, já que no último dia 28, outros quatro componentes do bando foram interceptados no posto da Polícia Rodoviária Federal em Barra Velha (SC) e trocaram tiros com os policiais. Três bandidos morreram no local e o quarto está hospitalizado em Joinville.

Presos

Os primeiros a serem presos foram Edilson José de Almeida, conhecido por “Tilson” e Luciano Carlos de Arruda, o “Lupi”, quando estavam usando um telefone público em Gravatá. Em seguida, munidos com mandado de busca e apreensão expedido pelo juiz Paulo Afonso Sandri, da comarca de Itajaí, os policiais entraram em uma casa na Rua Adolfo Cabral, onde foram encontrados Gilmar Ferreri de Souza, Abelardo Adão e Valéria de Simas. Na casa foram apreendidos um Monza, um Gol, um bugue, um Ômega, uma camionhonete e ainda uma lancha.

De acordo com a polícia todos os veículos estavam com os chassis adulterados e a lancha não tinha documentação. Com os presos ainda foram apreendidos uma pistola calibre 380 e equipamentos usados para a adulteração de numeração de chassi, além de peças diversas de automóveis, placas (de Corupá e Blumenau), computadores e outros materiais.

Conforme foi apurado, o grupo estaria levando veículos para o desmanche de Ronei Leal de Almeida (que também está foragido), situado em Florianópolis. Os criminosos também vendiam no Paraguai os veículos roubados e adulterados, passando-os por Foz do Iguaçu.

Fugitivos

Luciano Carlos e Edilson José haviam sido denunciados em 21 de outubro do ano passado pelo Ministério Público do Paraná por participação na quadrilha. Arruda foi preso e fugiu do Centro de Triagem de Curitiba, em 12 de janeiro último e Almeida estava foragido desde a denúncia e o pedido de prisão preventiva. Após a prisão em Santa Catarina, ambos foram removidos para Curitiba e já se encontram no Centro de Observação e Triagem (COT), ao lado da Prisão Provisória de Curitiba, no Ahu.

De acordo com o promotor de Justiça que atua no caso, Luiz Fernando Ferreira Delazari, a captura dos dois indivíduos foi importante para o esclarecimento da morte do estudante Pablo da Silva Mesquita, ocorrida em 27 de abril de 2002, no Edifício Castelo Branco, no Centro Cívico, fato que deu início à toda a investigação sobre o roubo de caminhonetes e acabou desbaratando uma das maiores quadrilha de roubo de veículos do Estado. “Os presos esclareceram fatos que estavam faltando para a conclusão das investigações e a denúncia contra os autores deve ser oferecida em breve”, diz Delazari, sem fornecer detalhes a respeito destes esclarecimentos.

Denúncia

Foram denunciados no caso de roubo de caminhonetes 21 pessoas, incluindo quatro investigadores de polícia e o superintendente da Polícia Civil, Hélcio Piasseta. No caso dos civis, a denúncia foi por formação de quadrilha, roubo, furto e receptação de veículos. No caso dos policiais, exceto o investigador Samir Skandar, que foi denunciado por formação de quadrilha, os demais, todos lotados na Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas da capital, foram denunciados por crime de concussão.

De acordo com a denúncia, o bando tinha locais para a colocação provisória dos veículos, localizados em residências alugadas somente para este fim. De lá, as caminhonetes eram levadas para Florianópolis (SC) ou Foz do Iguaçu.

Mortos

Os quatro quadrilheiros, baleados no tiroteio ocorrido no posto rodoviário federal de Barra Velha, estariam levando uma camioneta para ser desmanchada em Florianópolis. Eles foram identificados como José Ricardo Cassão, 27 anos, Paulo Roberto Alexandre Prosdócimo, 25, e Hércules Lemos da Silva, 31 (todos foram mortos). O quarto indivíduo, Paulo Roberto Prosdócimo Filho, 27, ainda está internado. Um patrulheiro também ficou ferido durante a ação.

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