Câmeras de vídeo captam execução de desempregado

O sistema de monitoramento instalado em toda a extensão da Rua XV de novembro, centro de Curitiba, gravou o exato momento em que o desempregado Clayton Jair da Silva Teles, 25 anos, foi assassinado na noite do último sábado. O homem recebeu um tiro no peito, de revólver calibre 38, e caiu morto na escadaria do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na Praça Santos Andrade. As imagens foram cedidas pela Polícia Militar e reproduzidas pelo programa Tribuna na TV, da Televisão Iguaçu.

Na fita é possível ver como aconteceu o homicídio, mas o motivo permanece um mistério. Somente com o depoimento de testemunhas, a prisão ou apresentação do autor do disparo fatal é que se saberá o que realmente aconteceu. De acordo com o superintendente Neimir Cristóvão, a Delegacia de Homicídios ainda não recebeu a gravação, que deveria ser entregue pela PM até o final da tarde de ontem. Após a análise da fita é que a DH deve se pronunciar sobre novos fatos. Neimir informou que uma testemunha já prestou depoimento sobre o homicídio, mas nenhum familiar da vítima compareceu ainda para ser ouvido. A polícia sabe apenas que Clayton já contava com antecedentes criminais.

Gravação

O assassinato ocorreu de forma rápida. Em pouco mais de trinta segundos o casal se aproximou do desempregado, que estava sentado na escadaria do prédio da UFPR. O homem – de cabelo grisalho, vestido com calça e jaqueta de cor escura e camisa branca – falou alguma coisa bem próximo da vítima e efetuou o disparo. No vídeo aparece o horário da aproximação (19h44min58) e quando o casal começa a se afastar do corpo (19h45min29).

A hipótese de que a vítima teria tentado assaltar a mulher e esta teria pedido ajuda ao homem que atirou não convence a polícia. Pelas imagens do monitoramento, o casal aparece andando junto pela Praça Santos Andrade, sentido Teatro Guaíra ao prédio da Universidade, minutos antes do crime. Em seguida, os dois se aproximam de Clayton, que está sentado na escadaria e não esboça nenhuma reação. O casal chega bem próximo do rapaz e o desconhecido efetua o disparo. A mulher permanece parada alguns degraus abaixo, acompanhando o desfecho do assassinato.

Investigação

Pela descrição de uma testemunha à polícia, a mulher é morena e tem cabelos cacheados. Ela também está vestida totalmente de preto e carrega consigo uma bolsa. De acordo com Neimir, a testemunha (um homem) disse que após o disparo o corpo rolou escadaria abaixo e a mulher ainda permaneceu parada por pouco tempo no local antes de desaparecer. O autor se evadiu imediatamente.

Pelo vídeo é possível notar que no momento do tiro há uma mulher, carregando um jaleco branco, que passa a poucos metros da ocorrência. Ela seria uma importante testemunha para a elucidação do crime. Somente dois minutos após a execução é que alguns curiosos começaram a chegar e tentar prestar socorro à vítima.

Vigilância eletrônica

O sistema de monitoramento por câmeras implantado na Rua XV – desde a Praça Santos Andrade até a Praça Osório – tem ajudado a polícia a combater a violência no local e intimidar a ação de marginais. Segundo a PM, existem 14 câmeras por todo o trajeto e o número de ocorrências onde há o monitoramento 24 horas baixou sensivelmente. “Antes do sistema era muito mais comum ver viaturas e PMs se deslocando para a XV atender chamados”, explicou o policial responsável pelo acompanhamento das imagens na central de vídeo. Segundo ele, principalmente as ações envolvendo assaltos a mão armada e batedores de carteira diminuíram. No caso da Praça Santos Andrade, os autores da morte de Clayton foram flagrados por uma única câmera instalada no local.

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