Cai “mestre” em clonagem de celulares

O mercado ilegal de revenda de celulares clonados – abastecido por aparelhos que haviam sido roubados ou furtados – sofreu um duro golpe durante esta semana. Josoé da Silva, 33 anos, foi preso em flagrante por investigadores do 7.º DP (Vila Hauer) na noite de terça-feira, no Sítio Cercado. O indivíduo foi apresentado na tarde de ontem à imprensa, juntamente com 81 telefones celulares que não possuíam documentos de procedência, além de vários cartões telefônicos de três empresas de telefonia celular que atuam no Estado. Também foram apreendidos cabos de conexão de diversas marcas de telefones celulares e um computador com os programas responsáveis pela clonagem. Os cartões apreendidos – cuja origem também é desconhecida – poderiam dar origem a outros cartões clonados, resultando em mais prejuízos a empresas e principalmente usuários de telefonia celular e fixa.

De acordo com o delegado Hamilton da Paz, responsável pela condução do caso, o detido estava agindo em Curitiba há três anos com a clonagem de aparelhos celulares. "Ele comprava telefones que foram roubados ou furtados e depois, utilizando programas de computador, conseguia realizar a clonagem dos aparelhos. Em seguida, revendia os aparelhos com números novos", explicou o delegado. A fraude eletrônica somente é possível através da utilização de equipamentos específicos aliados a programas de computador. Entre os cabos de conexão apreendidos estão os da marca Motorola, Nokia, Erickson, Samsung e Siemens. "Esses cabos não são comercializados normalmente. Eles são usados para a troca de ESNs, os seriais do telefone", afirmou Hamilton. Para que os telefones possam ser usados há possibilidade da conivência de funcionários de empresas telefônicas que repassam os números de telefones vagos. Isso vai ser investigado pela polícia.

Não é possível determinar o número de telefones clonados que foram colocados em uso pelo detido. Pelas informações apuradas pelo delegado, Josoé comprava aparelhos por um preço baixo, clonava e os revendia entre R$ 150,00 e R$ 300,00, dependendo do aparelho. Em média, ele conseguia clonar seis aparelhos por dia.

Prisão

Os policiais estavam investigando o roubo e furto de celulares e conseguiram a pista de que um suspeito transitava com um Astra, cor branca, placa ALC-1876. Depararam com o referido veículo na Rua Cruzeiro do Sul e, durante abordagem, os policiais encontraram no carro seis telefones celulares. Na casa de Josoé foi localizado o restante dos aparelhos e o material utilizado para a clonagem. De acordo com Hamilton da Paz, as diligências continuam com o objetivo de descobrir quem vendia os telefones para o detido, pois são as pessoas responsáveis pelos roubos e furtos dos aparelhos.

O preso já tem antecedente criminal. Foi Josoé quem levou o assaltante Denilson Jackson Petrechen, o "Dema", até o hospital em Antonina, para se tratar. "Dema" foi baleado durante o assalto ao carro-forte, em frente ao banco Bradesco, Jardim das Américas, em novembro de 2004.

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