Cadáver na margem do rio Barigüi

Logo depois do nevoeiro que cobria a Vila Barigüi II se dissipar, um corpo foi descoberto na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Por volta das 7h de ontem, policiais militares do 13.º Batalhão receberam a informação de que havia um cadáver na margem do Rio Barigüi, entre as ruas 6 e 7. As polícias Civil e Científica também foram acionadas.

A vítima foi encontrada caída ao lado de um carreiro que margeia o rio, num pequeno matagal, junto a entulhos. Pelas marcas de sangue, presume-se que o homem – que não portava documentos de identificação – foi morto no carreiro e depois jogado no gramado. Segundo a perícia, o desconhecido recebeu dois tiros na cabeça.

Moradores locais disseram ter ouvido o barulho de quatro tiros, disparados por volta da 1h45, mas que não tiveram curiosidade suficiente para sair de suas moradias e verificar o que estava acontecendo. Uma mulher afirmou que, minutos antes dos estampidos, escutou um grupo, formado por homens, correndo pela localidade. Em seguida, os tiros foram efetuados. A moradora fez questão de ressaltar que nenhuma discussão aconteceu entre os envolvidos.

Os soldados Aguiar e Barbosa também não obtiveram muitas informações no local do crime. "Os moradores dizem somente ter ouvido os disparos", afirmou Barbosa. A vítima não foi reconhecida pelos diversos curiosos que acompanhavam os trabalhos policiais. Diante dessa informação, há possibilidade de que a vítima seja moradora em outra região e que estivesse no local para a compra de entorpecente. A Vila Barigui é um dos pontos de revenda de drogas conhecidos pela polícia e algumas mortes lá ocorridas têm como motivo o tráfico.

O corpo foi encaminhado ao IML, onde aguarda identificação. Ele vestia calça azul, blusa de moleton cinza e meias brancas. Estava sem os tênis que, provavelmente, foram levados pelos matadores.

Gritos e outro assassinato

No início da madrugada a Vila Barigüi II foi cenário de mais um homicído. Odair José Messias, mais conhecido como "Dudinha", 29 anos, foi executado com dois tiros no peito, à 1h, na Rua Ricardo Emílio Michel, próximo à Rua Algacir Munhoz Maeder. Pouco antes do assassinato ele havia embarcado em uma Brasília amarela, o que leva a crer que a vítima conhecia o criminoso.

Moradores da região contaram que antes de ouvir os estampidos, escutaram a vítima gritar três vezes: "Eu não estava lá". Gravemente ferido, Odair conseguiu dar alguns passos, cambaleando por aproximadamente mais 30 metros e caiu junto ao muro de uma residência. Em seguida, morreu. Alguns moradores contaram que viram uma motocicleta deixando o local do crime.

O superintendente Miguel Gumiero relatou que, no local, predomina a "lei do silêncio" e poucas informações sobre o criminoso foram apuradas. "Acreditamos que nas próximas horas nossos policiais apurarão mais informações", disse o policial. Ele adiantou que os investigadores estão trabalhando para identificar o homem que conduzia a Brasília amarela.

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