Cadáver encontrado dentro de casa

O sumiço repentino do representante comercial João Carlos Prestes, 37 anos, denunciado formalmente à polícia, transformou-se em caso de assassinato ontem de manhã. O corpo do homem, que não mantinha contato com amigos desde quarta-feira, foi encontrado no quarto de sua residência na Rua Dr. Alcides Vieira Arcoverde, Jardim das Américas, onde funcionava também o escritório da empresa MK Telecomunicações Rurais, da qual era representante. Computador, TV, outros eletrônicos e o Fiat Uno da vítima desapareceram, o que em princípio configura o caso como latrocínio.

Os amigos começaram a suspeitar de algo errado quando o celular e o telefone fixo de João Carlos, que era separado e pai de dois filhos, passaram a não responder aos chamados. Seu último contato fora na quarta-feira, dia 12, ocasião em que combinou um churrasco com amigos para o domingo, dia 16. Como o portão da casa estava trancado e o carro sumiu da garagem, a hipótese de que tivesse viajado sem avisar ninguém foi considerada. Mesmo assim, conhecidos prestaram queixa do desaparecimento na Delegacia de Homicídios.

Preocupado, um colega de trabalho saiu ontem de Santa Catarina para descobrir o que se passava. Decidiu ultrapassar o portão da residência e o alarme, ligado a uma empresa de vigilância, soou às 10h30. Lá dentro, o colega e os seguranças viram a cena macabra e esclarecedora: o corpo de João Carlos sobre a cama, enrolado em um cobertor e já em estado de decomposição. A Polícia Militar foi chamada de imediato.

Roubo

Numa primeira análise de conhecidos, desapareceram da casa o Fiat Uno branco MBJ-3246, um computador com fax e impressora, uma televisão, videocassete e o celular. Um revólver calibre 22 também teria sido levado. Não havia dinheiro no escritório Å ali a vítima apenas formalizava contratos de instalação de telefonia rural.

Uma informação da vizinhança, sussurrada aos ouvidos da polícia, formou controvérsia sobre a última aparição do representante. “Teria havido um churrasco na residência sábado à noite, com seis homens e duas mulheres”, relatou o soldado Bientinesi, do BPTran, primeiro órgão a atender o caso. “É estranho, pois a empresa de vigilância diz que o alarme foi acionado às 5h30 de sexta-feira, via controle remoto. Desde então não foi mais desligado”, contou o amigo Amauri Teixeira Júnior, 35 anos. O perito Antônio Carlos Lipinski, da Polícia Científica, não encontrou qualquer vestígios de que a casa abrigara uma reunião. “Só havia duas latas de refrigerante no quarto”, relatou.

O perito, que analisou superficialmente o corpo, não identificou a provável causa da morte Å tarefa repassada ao Instituto Médico-Legal. “Há um sangramento, que pode ser decorrente da decomposição”, falou. Mas a possibilidade de assassinato por arma de fogo é uma das mais fortes. Investigadores da Delegacia de Furtos e Roubos estiveram no local do crime e levantaram as primeiras informações para desvendá-lo.

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