Cadáver apodrecia dentro do Rio Iguaçu

O corpo de uma mulher -identificado posteriormente como Rosana Alves da Costa, 45 anos- foi encontrado na margem do Rio Iguaçu, divisa de Curitiba com Fazenda Rio Grande às 19h30 de quinta-feira. Só com as roupas íntimas, ela foi “embrulhada” em um cobertor e amarrada com cordões de náilon, do tipo usado em varais. Ela estava desaparecida desde o final de novembro do ano passado.

Alguns catadores de papel que atravessavam a ponte de divisa dos municípios perceberam o estranho “pacote”, parcialmente dentro da água. Foram eles que chamaram os bombeiros e a polícia de Fazenda Rio Grande, mas como o cadáver estava na margem pertencente ao bairro Caximba, a Delegacia de Homicídios ficou responsável pelas investigações.

Dúvidas

A perita Vilma, da Polícia Científica, observou que a cabeça estava separada do corpo. “Não podemos afirmar se foi decorrente da decomposição do cadáver ou se o rompimento da coluna cervical foi feito com alguma arma”, disse. Somente exames complementares poderão certificar a causa da morte e da decapitação. A mesma análise determinará o porquê da coloração esbranquiçada do corpo. Segundo análise preliminar da perita, existe a possibilidade de ela ter sido coberta por cal ou a cor da pele ter ficado daquele jeito pelo processo de mumificação em que se encontrava o cadáver. “As altas temperaturas e o fato de parte do corpo estar em superfície seca, provocam esse fenômeno”, comentou.

Outro mistério é se a mulher foi jogada da ponte ou se a alteração do nível do rio levou o corpo até onde ele foi encontrado. As dúvidas serão esclarecidas pela necropsia e pelas investigações, iniciadas pelos policiais Helizabet e Edson, da DH. Enquanto eles colhiam as primeiras informações, policiais rodoviários federais organizavam o trânsito, naquele trecho, já que o corpo teve ser resgatado pelos bombeiros.

Identificação

No final da manhã de ontem o corpo foi oficialmente identificado no IML de Curitiba por parentes. A vítima estava desaparecida desde o dia 28 de novembro e o caso já estava sendo investigado. Rosana estava morando há pouco tempo em Fazenda Rio Grande onde havia alugado uma casa. Segundo a polícia era um micro-empresária e tinha uma condição financeira estável.

Sobre o seu sumiço, a polícia tem como suspeitos o namorado dela, Aparecido Luís e um amigo dele, Olivino Barbosa. Os dois estão foragidos. Agora com o encontro do corpo, a polícia trata o caso como latrocínio.

Furto

De acordo com o superintendente Biale, logo após o desaparecimento de Rosana , a casa dela foi “visitada” por Olivino que encostou um caminhão e fez uma “limpa”. Levou móveis, eletrodomésticos (tv, som, DVD) e também uma camioneta Chevy. Olivino foi localizado pela polícia na localidade de Santa Maria, pertencente a Comarca de Pitanga. Apesar do cerco policial, o homem – que estava armado – conseguiu escapar se embrenhando em um matagal. Naquela cidade foi localizada a Chevy que foi levada para a delegacia de Pitanga.

O outro suspeito, Aparecido, é tido como mentor intelectual do crime, mas o seu paradeiro é uma incógnita. “Não sabemos onde ele está. Pode até estar morto. Por isso vamos pedir para que o Corpo de Bombeiros faça uma outra varredura no rio”, informou Biale. As investigações prosseguem.

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