Cabelereira acusa policiais mitares de agressão

Com hematomas pelo corpo, a cabeleireira Eliane Aparecida de Souza, 30 anos, garante ter sido vítima do abuso de autoridade e da covardia de policiais militares. No início da madrugada de terça-feira ela foi agredida por dois PMs do 13.º Batalhão, que já foram afastados das ruas pela própria corporação.

Segundo Eliane, por volta das 00h30 ela estava trafegando com sua Ranger pela Rua Mercúrio, Sítio Cercado, com uma amiga e os dois filhos dela. O grupo então avistou policiais militares agredindo algumas pessoas e Eliane reduziu a marcha, observando a cena. De repente, a cabeleireira percebeu, pelo retrovisor, que os mesmos policiais militares, identificados como soldado Rodrigo e soldado Jubilato, a estavam seguindo.

"Eles emparelharam a viatura e mandaram eu parar o carro. Apontaram uma arma pra mim e disseram: desce sua vagabunda", contou.

Eliane pediu calma e disse que seus documentos estavam em dia, mas sua súplica foi em vão. O soldado Rodrigo a puxou pelos cabelos e jogou-a sobre o capô da viatura, agredindo-a com socos e chutes. O outro policial e os amigos de Eliane nada puderam fazer.

A cabeleireira foi algemada, colocada na viatura e levada até a 4.ª Companhia do 13.º BPM. Lá, ela conta que ao descer do camburão o soldado jogou-a no chão, depois agarrou-a pelas algemas e a levantou. "Ele me deu chutes nas costas e tapas na cabeça. Depois me levou para uma salinha, passou uma rasteira, me chutou e passou a mão em mim, colocando o dedo na minha vagina", contou. Com a chegada da policial militar cabo Azevedo, o soldado parou de agredi-la.

A policial a orientou a procurar um posto de saúde e o Comando Geral da PM para denunciar o agressor.

Eliane mora na Espanha e está no Brasil para visitar parentes desde o dia 20 de dezembro. Ela tinha passagem marcada para o dia 29 de março, mas pretende mudar seus planos. "Eu sou casada e trabalho como cabeleireira na Espanha. Venho para o meu País e acontece tudo isso. Vou mudar a data da minha volta, pois não vou embora enquanto não for feita Justiça", finalizou a mulher.

Afastados

Eliane fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal e levou a denúncia ao comando do 13.º Batalhão de Polícia Militar. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública, a PM instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) e os dois policiais foram afastados da rua.

Eles irão trabalhar na área administrativa até que sejam concluídas as investigações. Caso sejam comprovadas as agressões, eles poderão sofrer várias punições, inclusive a expulsão da Polícia Militar.

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