Briga por terreno invadido acaba em morte

A disputa por um pedaço de chão resultou na morte de Pedro dos Santos, o “Pedrinho”, aproximadamente 30 anos, na área de invasão Icaraí, Uberaba, às 23h de terça-feira. André Machado, 55, acertou três golpes de foice na cabeça da vítima, matando-a próximo ao seu barraco, no fim de uma ruela entre duas cavas do Rio Iguaçu.

Dejanir Pereira Machado, 54, mulher de André, contou que o marido foi importunado por “Pedrinho” durante o dia. “Ele dizia desaforos e que quem mandava aqui era ele”, relatou, afirmando que seu marido havia comprado o terreno onde moravam. À noite, “Pedrinho” voltou com uma garrafa de cachaça na mão e André perdeu a paciência.

Foice

Ele mandou a mulher pegar a foice, mas ela se negou a fazê-lo. “Pedi, pelo amor de Deus, que ele não fizesse besteira”, disse. Mas ele pegou a ferramenta e partiu para cima de “Pedrinho”, desferindo três golpes que abriram cortes profundos na cabeça dele. Em seguida, o assassino fugiu. A ocorrência foi atendida pelo tenente Farias e soldado Gutierrez, do Regimento de Polícia Montada, RPMont.

Cerca de três meses atrás, o barraco de “Pedrinho”, localizado a poucos metros da moradia do casal, foi queimado. A partir de então, ele sumiu da invasão Icaraí e passou a morar nas ruas, segundo conhecidos dele. Essas pessoas não souberam dar detalhes da vida da vítima, nem seu nome completo. Elas também não sabiam quem teria ateado fogo no barraco. Quando o antigo morador voltou, morreu ao lado do que havia restado de sua residência.

Ilegal

O motivo pelo qual “Pedrinho” teria começado a discussão, indo reclamar o terreno, mostra um dos problema sociais presentes em áreas de invasão. Ele dizia que aquela área era dele, mas André a havia comprado de uma terceira pessoa. “Eles tinham que perguntar ao presidente da associação, para decidir de quem era o terreno”, sugeriam, tardiamente, alguns moradores. Em princípio, a área de invasão não tem dono e sua comercialização, além da ocupação, é ilegal.

Voltar ao topo