O clima de paz difundido no final do ano foi quebrado por uma briga entre presos da Cadeia Pública de Foz do Iguaçu. Quando o motim começou, às 10h de ontem, informações davam conta que os presos se rebelavam contra a direção do presídio, que abriga 800 presos em um local projetado para atender a 350. Informação desmentida logo em seguida.
Familiares dos detentos inclusive afirmaram, no local, que estavam organizando um abaixo-assinado para tirar o diretor Hugo Vidal, considerado linha-dura, do comando da cadeia. Mais tarde, porém, foi revelado oficialmente que o motivo da confusão na cadeia foi uma briga entre detentos da galeria B contra detentos da galeria D, cada uma delas com cerca de 200 presos.
Segundo o assessor de imprensa da Polícia Civil de Foz, Juliano Pedroso, a motivação do conflito foi a morte do preso Ronald Rogério, que era da galeria B. Ele morreu em decorrência de uma forte surra que levou. "Ele foi morto por engano pelos detentos da galeria D, o que revoltou os companheiros da gangue rival. Então, eles planejaram uma invasão à galeria D, a fim de vingar Ronald", contou Pedroso.
A ação começou por volta das 10h, com a derrubada de portas da galeria B. Os policiais da cadeia agiram rápido e conseguiram impedir que os detentos chegassem à outra galeria, onde aconteceria a barbárie. Não houve mortos ou feridos, apenas danos materiais. "A rivalidade de gangues dentro da cadeia é corriqueira e difícil de controlar, uma vez que o número de detentos é excessivo." Pedroso conta inclusive que há presos que asseguram ter ligação com uma facção criminosa de São Paulo.
Acalmados os ânimos, os policiais iniciaram uma revista em todas as celas e encontraram muitos estoques, que são armas artesanais fabricadas muitas vezes com ferro de panelas ou outros materiais metálicos. Ontem mesmo foi aberta uma investigação para chegar aos nomes dos líderes do motim, que serão severamente punidos.