Bomba teria sido enviada por uma mulher ciumenta

A bomba enviada pelo correio que feriu três pessoas segunda-feira de manhã, no Alto Boqueirão, teria sido um gesto de ciúme doentio. Esta é a principal suspeita da polícia a respeito do pacote endereçado à operadora de caixa Andréa Roseli da Silva, 28 anos. Ela não estava em casa e escapou ilesa do atentado, mas seu cunhado e duas crianças foram feridos após a explosão do artefato, instalado num secador de cabelos usado.

Desde 1999, Andréa recebe ameaças da atual companheira de seu ex-marido, identificada pelo primeiro nome de Joelma. Segundo o delegado Guaracy Hoffmann, titular da Delegacia de Explosivos, Armas e Munições, nesse período a família mudou de endereço três vezes para tentar se livrar das ameaças. Há três anos foi registrada uma queixa oficial no 10.º Distrito Policial (Sítio Cercado).

Ciúme

De acordo com o delegado, há alguns dias o pivô da intriga esteve num bar próximo à casa de Andréa, o que levou Joelma a rondar a residência, temendo que o marido estivesse se encontrando com a ex-mulher. “É uma família pacata, de trabalhadores. Joelma é a única pessoa que tem mostrado periculosidade”, disse Guaracy, ressaltando que ainda não existem provas que incriminem a suspeita.

Junto com o pacote enviado pelo Sedex à casa da família, na Rua Alécio Masson, veio uma extensa carta manuscrita. “Ela dizia que o secador era um presente de uma amiga de muito tempo, que me admirava bastante. Também comentava que em alguns dias iria me procurar para ver se eu havia gostado”, contou Andréa.

A carta foi entregue à Polícia Científica e é pista importante para se descobrir a autoria do atentado. “Um exame grafotécnico pode determinar quem a escreveu. A coleta de impressões digitais no secador foi prejudicada porque ele se partiu na explosão”, explicou o delegado. Assim que o nome completo da suspeita for levantado, ela será intimada a depor na Deam ou na Delegacia de Homicídios, que investigam o caso em conjunto.

Estilhaços

O pacote enviado para Andréa foi aberto por sua mãe, Benedita Luiza da Silva. O genro, Sandro Adelar Leandro Lemos, 31 anos, foi atingido pela explosão ao ligar o secador na tomada, às 11h30 de anteontem. “Se fosse eu, teria morrido”, disse Benedita. Com lesões na barriga, peito e parte da perna dilacerada, Sandro, que é vendedor autônomo, estava internado até a manhã de ontem no Hospital do Trabalhador, mas sem risco de morte. Uma filha dele, de três anos, e o filho de Andréa, de nove, tiveram escoriações provocadas por estilhaços e foram liberados do hospital ainda na segunda-feira.

Voltar ao topo