“Blitz” pega cigarros falsos e muita maconha

Carga de cigarros falsificados, com valor estimado em US$ 30 mil, e 23 quilos de maconha, valendo cerca de dezoito mil reais, foram apreendidos em operação conjunta da Delegacia de Crimes contra a Administração Pública e a Receita Estadual – Secretaria da Fazenda, em fiscalizações a ônibus de turismo vindos da fronteira com o Paraguai. As apreensões fazem parte da Operação Gralha Azul, deflagrada a partir de janeiro deste ano em todo o Paraná, e ocorreram em dois dias de “blitz” na BR-369, entre Campo Mourão e Mamborê, no final da semana passada.

O delegado Guaraci Joarez Abreu, titular da delegacia, acredita que os cigarros e a droga, que foram encontrados em doze ônibus, iriam para São Paulo, por causa da rota onde foram apreendidos. Foram encontradas 400 caixas, cada uma contendo cinqüenta pacotes de cigarros. De acordo com o policial, Curitiba também é um ponto importante de distribuição dos cigarros falsificados – todos produzidos no Paraguai, em fabriquetas de fundo de quintal, “clonando” marcas brasileiras, como Derby (o mais vendido) e Hollywood.

Além de continuar com as blitze, os investigadores estão rastreando outra ponta do negócio ilegal – gráficas onde são impressas as embalagens do produto. Uma delas é uma grande empresa sediada na capital paranaense, que a polícia deve “estourar” em breve. “A alta qualidade da impressão denuncia que há um grande esquema por trás. Gráficas clandestinas de fundo de quintal não poderiam fazer esse serviço”, observa Abreu.

Turistas?

A apreensão foi resultado de investigações que já duravam dois meses, disse o delegado. “Agora vamos pedir que o DER aperte o cerco em torno dessas empresas de turismo. Não há como dizer que estão carregando turistas que vão fazer compras em Foz, se fazem viagens semanais carregando apenas duas ou três pessoas no ônibus”, comentou.

De acordo com o delegado, existem dezenas de empresas como essa atuando em Curitiba de forma pulverizada. Ele calcula que semanalmente cerca de 500 ônibus – viajando duas vezes por semana – chegam na capital trazendo cigarros falsificados. “Ainda não sabemos se existem depósitos grandes para recolher a carga ou se isto também é feito de forma pulverizada, porque a cada viagem as cargas são pequenas. Mas estamos apurando”, salientou o policial.

Calcula-se que o comércio de cigarros clandestinos dê um prejuízo de R$ 50 milhões por ano aos cofres públicos, em tributos que deixam de ser recolhidos.

Mistura

O delegado Abreu frisou também que, além do crime contra o patrimônio público, o comércio de cigarros falsos configura um perigo para a saúde de quem os consome. Análises químicas encomendadas pela Associação Brasileira Contra a Falsificação mostraram que, junto com o fumo de baixa qualidade, existem restos de insetos, plástico, limalha de ferro, fios de cabelo, e ainda são utilizados pesticidas altamente tóxicos em dosagens acima do nível recomendado.

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