“Baronesa do sexo” está na cadeia

Mais conhecida como a “baronesa do sexo”, Mirlei de Oliveira, 47 anos, foi presa na manhã de sábado, em Balneário Camboriú (SC), por policiais do 1.º Distrito de Curitiba. Ela é acusada de extorsão, tráfico de drogas e lenocínio (fomentar, favorecer ou facilitar o exercício da prostituição), além de manter escravas brancas – uma vez que agenciava garotas de programa em várias cidades do Brasil e exterior, tendo seus “negócios” expandidos até mesmo para a Europa e a África. Ela era procurada há mais de 30 dias e estava com mandado de prisão decretado pela Justiça.

Através do rastreamento de telefones da acusada, o 1.º DP soube que Mirlei estava na cidade catarinense. Para descobrir seu esconderijo, uma equipe de três policiais seguiu o namorado dela, que saiu sexta-feira à noite de Curitiba. “Ele tinha uma prova na faculdade de Engenharia. Deduzimos que não faltaria e em seguida viajaria para encontrá-la”, falou o delegado Silvan Rodney Pereira, titular do 1.º DP.

A pista estava certa e a equipe descobriu o endereço da acusada. Na manhã de sábado, Mirlei saiu para encontrar-se com duas garotas de programa, as quais pretendia contratar. Na Avenida Atlântica, local marcado para o encontro, os policiais, comandados pela superintendente Juliana Moschetta, lhe deram voz de prisão.

A “baronesa do sexo” chegou a Curitiba por volta das 15h30. Saiu calmamente de uma viatura descaracterizada, escoltada por policiais. Mas quando entrou no prédio do 1.º DP, cobriu o rosto e começou a chorar. Na sala do delegado Silvan, Mirlei não quis falar sobre as acusações e a prisão. Apenas disse que queria ficar sozinha. “Não faz isso comigo, não. Pelo amor de Deus. Eu tenho muitos problemas”, balbuciou, ainda em lágrimas. Ela foi encaminhada para o 9.º Distrito Policial após conversar com advogado.

Segundo o delegado Silvan, as investigações não param com a prisão de Mirlei. “O esquema dela é muito grande e outras pessoas poderão ser indiciadas”, afirmou. A gerente de um motel e um suposto funcionário da acusada continuam presos, sob acusação de envolvimento com as atividades da “baronesa”.

Prostíbulo

Mirlei ganhou o apelido depois de agir durante anos como uma das mais famosas cafetinas de Curitiba. No final de agosto, uma ex-garota de programa denunciou à polícia que foi vítima de extorsão. M.L., 23 anos, contou que começou a fazer programas sexuais aos 19 anos, contratada por Mirlei. Mas fugiu para os Estados Unidos, de onde retornou para contar o que sabia para a polícia brasileira.

Após a denúncia, outras três ex-garotas de programa procuraram o 1.º Distrito e contaram que viviam sob o terrorismo de Mirlei. Elas eram obrigadas a prestar conta de tudo o que recebiam, além de ganhar muito pouco pelo trabalho. Caso resolvessem deixar a casa de Mirlei, eram ameaçadas por ela. A partir das denúncias, foi aberto inquérito policial e decretada a prisão temporária da acusada.

A Justiça também concedeu mandado de busca e apreensão na chácara de Mirlei, em Colombo. Lá, a polícia encontrou vários documentos que comprovam a ligação de Mirlei com a rede de prostituição.

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