Só este ano, pelo menos quatro mulheres idosas foram cruelmente assassinadas em Curitiba e região, todas foram vítimas de latrocínios (roubos com morte). A última foi a artista plástica Irene Rolec, 87 anos, na noite de terça-feira.
Duas delas moravam sozinhas e o interesse dos bandidos era levar o dinheiro de suas aposentadorias. O primeiro caso ocorreu no Sítio Cercado, em 7 de fevereiro. A aposentada Clara Szneider de Lima, 81 anos, foi assassinada em sua casa, na Rua José Bassa, caída no chão da sala.
Depois de a amordaçarem com um pedaço de pano, a agredirem, e levarem o dinheiro da pensão que ela tinha recebido por aqueles dias, cerca de um salário mínimo, os assaltantes atearam fogo na casa, que tinha sinais de arrombamento.
Arquivo |
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Magdalena morreu 18 dias depois da agressão. |
Por muito menos do que um salário – apenas um rádio e um relógio de pulso – Magdalena Kraus Czaikowski, 82, foi morta. Em 20 de fevereiro, um casal de marginais aproveitou o portão destravado e invadiu a residência da idosa, na Rua Gil Vicente, Vila Guaíra.
Depois de sufocarem Magdalena, apertando a garganta e o nariz, agrediram o filho mais novo dela, Daniel, 59, que é deficiente físico e teve uma costela fraturada. A aposentada ficou 18 dias internada e morreu no Hospital Cajuru. Daniel se recuperou.
Degolada
A aposentada Minervina Borges da Silva, 74, foi degolada dentro de casa, na Rua Ponta Grossa, bairro Santa Terezinha, Fazenda Rio Grande, possivelmente no dia 8 ou 9 de março.
O corpo dela, com o pescoço degolado, só foi encontrado alguns dias depois, encoberto pelas roupas que o assassino derrubou por cima. Não havia sinais de arrombamento na residência, o que leva a polícia a pensar que o marginal entrou com o consentimento dela e ainda levou a chave da porta ao sair. A casa estava toda revirada. Além de um botijão de gás, a aposentadoria de Minervina sumiu.
Dificuldades na investigação
Patricia Cavallari
Alberto Melnechuky |
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Bandido caiu no quarto de Irene e a agrediu. |
O brutal assassinato da artista plástica Irene Rolec, 87 anos, deve demorar para ser elucidado. A única testemunha do crime, a irmã dela, Sophia Rolec, 86, passou por cirurgia de emergência e está impossibilitada de falar pelos próximos dias.
Na noite de quarta-feira, Sophia, que está internada no Hospital Evangélico, passou por traqueostomia, porque tinha dificuldade para respirar, em virtude das agressões sofridas. Com isso, deverá demorar mais algum tempo até que se recupere e possa contar o que aconteceu na noite do crime e fornecer características dos assassinos.
De acordo com Fioravante, chefe de investigação da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), ainda não há qualquer pista dos criminosos. A polícia acredita que eles sejam usuários de crack da região. Na quarta-feira, dois viciados foram detidos para que vissem o álbum de fotografias do arquivo da polícia, na tentativa de algum reconhecimento.
“Eles não eram suspeitos, mas como freqüentam a região, poderiam nos fornecer alguma pista sobre os marginais do Alto São Francisco. Não colaboraram muito e foram liberados”, resumiu Fioravante. No final da tarde de ontem a família de Irene retirou o corpo do Instituto Médico-Legal. O enterro deve acontecer hoje no Cemitério Água Verde.
Crime
Irene foi morta na noite de terça-feira, na casa onde morava com, a irmã Sophia, na Rua Ermelino de Leão, São Francisco. Os bandidos entraram pelo forro na casa e despencaram no quarto de Irene.
A artista plástica foi agredida e teve um ataque cardíaco. Sophia também foi espancada. Elas moravam na casa há mais de 30 anos. Não tinham filhos e nem irmãos.