Bandido morre em assalto

Quem viu a cena não quis acreditar. Em pleno Batel, bairro de classe média-alta de Curitiba, um assalto quase terminou de forma trágica às 21h10 de terça-feira. Um sargento do Exército Brasileiro, mesmo acompanhado por sua namorada, reagiu ao roubo e entrou em confronto com dois marginais. Na troca de tiros, que ocorreu dentro do carro da vítima, o sargento e os bandidos saíram baleados. Um dos assaltantes identificado como Paulo Roberto Promblom, o "Tatá", 23 anos, morreu dentro da ambulância do Siate, a caminho de um centro médico. O comparsa dele, Leandro Vicentim, 22, foi encaminhado ao Hospital do Trabalhador e passa bem. Já o sargento Adilson Otto Júnior, 27, foi internado no Hospital Evangélico e passou por uma operação para a retirada de dois projéteis. Encontra-se na Unidade de Tratamento Intensivo, em recuperação. A namorada do sargento não foi ferida.

As informações sobre o fato ainda são bastante superficiais. Até o início da tarde de ontem nenhum dos envolvidos na situação havia prestado esclarecimentos à polícia. Leandro, ainda sob efeito de medicação, foi o único a ser ouvido informalmente no hospital. Segundo a versão apresentada, Leandro e Paulo estavam caminhando pela canaleta do expresso da Rua Sete de Setembro quando, próximo a esquina da Rua Bento Viana, Paulo sacou de uma arma e abordou os dois ocupantes do Peugeot 206, placa ALR-3257, dando voz de assalto. Os rapazes entraram no carro e metros adiante, houve uma discussão entre eles. De acordo com Leandro, a discussão aconteceu devido a atitude de Paulo de cometer o assalto, pois não estava nada programado.

Tiros

Conforme os primeiros levantamentos, o casal estava nos bancos dianteiros do veículo e os assaltantes no traseiro. Aproveitando-se da discussão entre os comparsas, Adilson resolveu reagir. Segundo uma testemunha, que estava parada no sinaleiro à espera da abertura do semáforo, a única coisa que pôde ser vista foi uma confusão dentro do Peugeot, seguida de gritos e tiros. Nesse momento, a namorada do sargento saiu rolando de dentro do carro para o asfalto. Não foi informado se ela se jogou ou foi jogada. Dentro do Peugeot continuou o entrevero entre os ocupantes e mais disparos foram ouvidos. O sargento foi atingido nas costas enquanto Paulo no peito e Leandro na clavícula. O Peugeot rodou por mais alguns metros desgovernado, subindo na calçada e batendo num poste. Leandro saiu do carro e correu em direção a um posto de gasolina próximo. Paulo e Adilson continuaram brigando na calçada e o sargento gritou por socorro aos transeuntes explicando que se tratava de um assalto.

Socorro

Leandro chegou até o posto de gasolina e, ferido, pediu ajuda para um rapaz que abastecia seu veículo. Dois motoboys que presenciaram o assalto chegaram no posto em seguida e informaram que o baleado estava envolvido na troca de tiros. "Ao saber disso, chamamos a polícia", relatou o rapaz.

O Siate também foi acionado e levou os assaltantes para o Hospital do Trabalhador enquanto Adilson foi para o Evangélico. A caminho do centro médico Paulo não resistiu e morreu. Duas armas foram recolhidas no local: uma pistola – de propriedade do sargento – e o revólver que estava com um dos bandidos.

De acordo com o delegado Rubens Recalcatti, investigadores de sua delegacia conseguiram colher algumas informações sobre o fato, mas o caso será investigado pelo distrito policial da área, pois tem autoria conhecida. Segundo o delegado, somente após o depoimento das vítimas e do marginal é que poderá ser esclarecido o que realmente aconteceu. "Trata-se inicialmente de um roubo. Não sabemos se as vítimas seriam levadas para retirar dinheiro no caixa eletrônico (seqüestro-relâmpago) ou se os marginais queriam apenas o carro", explicou o policial.

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