Banco: perigo da porta pra fora

Dia 19 de julho, 15h30: um motoqueiro armado atacou um dos proprietários da casa noturna Rodeo Country Bar no estacionamento do Banco Real, na Avenida Erasto Gaertner, Bacacheri. O vigia não estava na entrada do banco, segundo a vítima, que teve roubados um malote contendo R$ 15 mil e R$ 16 mil em títulos de créditos para depósito e pagamento.

O caso é apenas mais um a evidenciar a fragilidade da segurança para clientes de agências bancárias, alvos costumeiros de bandidos. O fenômeno já é antigo: medidas como a implantação de circuito de vídeo, de porta giratória detectora de metais e a redução do dinheiro circulante na agência, diminuíram a incidência de roubos dentro dos bancos, mas não eliminaram o problema fora deles. “Os ladrões preferem atacar no trajeto entre empresa e banco”, afirma Gil Rocha Tesserolli, delegado-adjunto da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR).

As quadrilhas agem de duas maneiras diferentes. Em alguns casos, infiltram “olheiros” dentro das agências, tentando perceber quem sacou grande volume de dinheiro. As observações são repassadas a comparsas posicionados do lado de fora, que então perseguem e atacam a vítima em local propício. Um episódio assim ocorreu na semana passada, em Curitiba: dois office-boys pararam em um corredor do banco e dividiram os maços de dinheiro. Um assaltante viu e os funcionários foram atacados na rua. O prejuízo: R$ 30 mil.

No trajeto

O outro tipo de assalto se consuma no trajeto de ida ao banco – como ocorreu com Renato Schneider, o proprietário da Rodeo. Nestes casos os bandos dispõem de informações privilegiadas que saem das próprias empresas, que se vêem cada vez mais impotentes. “Estamos pensando em contratar uma firma de transporte de valores. Isso aumenta nossos gastos, mas dos males é o menor”, disse Schneider, que estuda acionar judicialmente o banco para exigir uma indenização.

A DFR não dispõe de estatísticas específicas sobre assaltos na entrada ou saída de bancos, mas reconhece que o problema é sério. “No 12.º Distrito, atendi inúmeros casos de roubo no estacionamento da Caixa Econômica Federal de Santa Felicidade. São locais visados e frágeis”, confirma Tesserolli, lembrando da época em que foi delegado na distrital. Este tipo de quadrilha é metódica e organizada – por isso, alguns cuidados podem evitar dissabores, como evitar a rotina”, diz.

Voltar ao topo