Um pedido estranho de uma criança de dois anos à mãe fez com que ela descobrisse que seu filho vinha sendo vítima de abusos sexuais, em janeiro deste ano. O menino contou os atos libidinosos aos quais estaria sendo submetido pela babá, Maria de Lurdes da Silva, 31 anos, e pelo namorado dela, Carlos José Alves de Lima, 34.
Horrorizada, a mulher registrou queixa na delegacia de Piraquara e, na noite de terça-feira, o casal acusado foi preso por atentado violento ao pudor. “O garoto foi submetido a exames de corpo de delito e foi constatado que ele havia sido violentado sexualmente. “A partir destes resultados nós solicitamos a prisão provisória de Maria de Lurdes e de Carlos”, explicou o delegado Carlos Mastronardi.
O homem foi detido às 20h30, na praia de Guaratuba, onde estava trabalhando como garçom e encaminhado à delegacia de Piraquara. Maria de Lurdes foi presa na mesma noite e levada à delegacia de Quatro Barras. De acordo com o delegado, o casal negou ter cometido qualquer abuso à criança. Entretanto, exames periciais comprovaram que ela foi molestada. “No Instituto Médico-Legal foram verificadas lesões no ânus do menino, cometidos por dedos”, disse o delegado.
A babá alegou que o ferimento foi causado por um supositório aplicado pela mãe do menino, mas os médicos do IML afirmam que o medicamento, feito de glicerina, não seria capaz de causar a lesão constatada.
Conversa
A mãe da vítima só ficou sabendo o que acontecia com o filho quando ele pediu, usando termos infantis, para que ela fizesse sexo oral com ele, assim como a “tia Lurdes” e o “tio Zé” costumavam fazer. Em estado de choque, no dia 14 de janeiro a mulher foi até a delegacia, contou a conversa que teve com filho e registrou queixa contra o casal. Imediatamente a babá foi dispensada, apesar de ser conhecida da família da mãe da vítima há anos. “Uma criança de dois anos não tem noção do que são atos sexuais. Ele achava tão normal o que acontecia, que chegou a pedir para a mãe fazer o mesmo”, comentou o delegado.
Pena
De acordo com o delegado, o casal ficará detido no mínimo por trinta dias, até a conclusão das investigações. “O inquérito policial está em andamento. Nós iremos ouvir os médicos que prescreveram o laudo e algumas possíveis testemunhas, como vizinhos da vítima. Caso eles sejam julgados e condenados poderão pegar até 15 anos de detenção pelo crime ser considerado hediondo e ter o agravante da idade da vítima”, finalizou o delegado.