Atropelador morre em cela do Centro de Triagem

Cinco dias após ser preso e autuado por homicídio doloso, depois de atropelar duas pessoas e matar uma, Marcos Germano Roberto, 43 anos, morreu dentro de uma viatura do Centro de Triagem da Polícia Civil a caminho do hospital. No boletim do IML, consta como causa da morte agressão física.

Marcos foi preso em flagrante no sábado à tarde após um atropelamento na Rua Alfredo Barcik, Conjunto Solitude, Cajuru. Segundo a polícia, ele estava dirigindo um Ford Ka, embriagado. Acompanhava o condutor Valdecir Martins, 30 anos, que foi indiciado e liberado. Na ocasião do acidente, Valdecir contou que era funcionário de um estacionamento no Alto da Glória, de onde pegou indevidamente o carro e o deu para Marcos sair dirigindo.

As duas vítimas foram atropeladas e socorridas pelo Siate e levadas ao Hospital Cajuru. Rubens Ukracheski, 34 anos, teve ferimentos leves, mas o aposentado, Dorival de Almeida Bueno, 76 anos, que morava em São José dos Pinhais, não resistiu. O impacto foi tão violento que o sapato de Dorival parou no telhado de uma residência próxima.

Morte

Marcos permaneceu detido na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) até o último dia 15, terça-feira, quando foi transferido para o Centro de Triagem. Na Dedetran não há local para a permanência de detidos. Na quinta-feira durante o horário de visitas no Centro de Triagem, policiais foram avisados para retirar um dos detentos da cela, pois estaria machucado e sentindo-se mal.

Os policiais colocaram Marcos na viatura e quando o levavam para receber atendimento médico, ele morreu. De acordo com o superintendente do Centro de Triagem, Humberto, em conversas com detentos, apurou que logo após a vítima chegar à Triagem, começou a ter alucinações devido a uma possível crise de abstinência, pois era alcoólatra. Ele se debatia e caia com freqüência, machucando-se, conforme informaram os presos.

Marcos estava em uma cela com outros 11 indivíduos. A capacidade é para quatro presos em cada cubículo. De acordo com o policial, será aberto inquérito para apurar possíveis responsabilidades pela morte do rapaz. “Todos os presos que estavam na cela estão sendo ouvidos. Esperamos que ter conclusões se houve espancamento e quem são os responsáveis até quinta-feira da próxima semana”, informou o superintendente. “Tudo o que falarmos antes disso seria especulação”, finalizou.

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