Associação sofre com os ladrões

A Associação Curitibana dos Órfãos da Aids (Acoa) não consegue conviver com os freqüentes roubos na sede da entidade, localizada no bairro Novo Mundo. Além de levar roupas e comida da casa, os ladrões também danificam os carros das voluntárias que ficam estacionadas em frente à associação. A sede da entidade fica atrás do quartel da PM.

A presidente da Acoa, Amélia Chedid, disse que os problemas começaram há sete anos, quando a sede ainda estava sendo construída. “Erguíamos o muro e no dia seguinte os ladrões haviam levado tudo”, lembrou. “Só conseguimos concluir a obra depois que uma viatura da polícia fez ronda no local.” Hoje a associação foi obrigada a colocar grades nas janelas e portas, e em alguns locais substituir as portas de madeira por ferro, o que não tem sido um empecilho para os ladrões. Eles arrombaram a porta de ferro e levaram as roupas do bazar que são vendidas para manter a casa. Nem o lixo hospitalar da casa foi poupado. “Tivemos que trancar com cadeados o lixo, pois encontramos menores dormindo lá dentro, junto com o material contaminado”, revelou.

Menores

O Acoa atende hoje trinta crianças órfãs de 0 a 9 anos, portadoras do vírus da aids. Além disso, distribui 3.500 quilos por mês de alimentos para 169 famílias de portadores. Todo o trabalho é feito com a ajuda de 25 voluntárias. Na terça-feira, o carro de uma voluntária foi arrombado em frente à casa. “Já foram mais de dez carros arrombados só esse ano”, afirma Amélia, que acrescenta que temem perder a contribuição dessas pessoas em função das ocorrências. Para Amélia Chedid os autores dos roubos são menores que residem nas favelas próximas ao local.

“Não sabia”

O tenente-coronel José Paulo Betes, do 13.º Batalhão da Polícia, disse que não tinha conhecimento dessas ocorrências. “Se somos vizinhos eles deveriam vir aqui nos comunicar”, argumentou o policial. Segundo ele, a PM tem feito um policiamento ostensivo em locais com maior incidência de ocorrências, conseguindo diminuir os roubos e assaltos. Mas Betes admitiu que o batalhão responde por uma área muito grande na cidade, com cerca de 850 mil pessoas de 23 bairros, e algumas vezes fica difícil atender a todos. O tenente-coronel se comprometeu em também intensificar o policiamento na região onde está instalada a Acoa para tentar acabar com os roubos.

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