Assembleia entra no caso das irregularidades na Polícia Civil

As denúncias sobre irregularidades no uso do fundo rotativo da Polícia Civil podem ser alvo de uma Comissão Especial de Investigação (CEI) na Assembleia Legislativa. O deputado estadual Tadeu Veneri (PT) deve protocolar hoje o pedido para criação da comissão.

A ideia é que os resultados surjam em, no máximo, 60 dias. “É preciso saber o que aconteceu, como não foi percebido em oito anos que as delegacias nunca existiram. Há a preocupação que haja desvio de recursos além dessas denúncias”, explica Veneri.

Governo

Por sua vez, o líder da bancada governista na Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), afirma que não há necessidade de investigação pela Assembleia por se tratar de uma “questão administrativa que já está sendo apurada”. No domingo, o governo estadual tinha anunciado que a gestão do fundo, que era feita por cada delegado, passa para 27 chefes de divisões e subdivisões.

O governador Beto Richa anunciou ontem que a Polícia Civil vai passar por uma reestruturação administrativa completa. A Secretaria da Segurança Pública deve lançar edital nas próximas semanas para contratar uma instituição de referência nacional, para fazer o planejamento estratégico e um redesenho administrativo completo dos métodos e procedimentos da instituição.

Sindicato

Para o Sindicato dos Investigadores (Sipol), a CEI deveria ter sido iniciada há bastante tempo. “Essas denúncias são apenas parte do problema. O caso da casa de jogos e prostituição do Parolin, por exemplo, continua sendo tratado com distanciamento. Já se passaram mais de 100 dias e ninguém ficou sabendo que era o dono do local”, disse Ezequiel Camargo Ventura, um dos diretores da instituição.

Ele não concorda que o dinheiro das delegacias fique na mão de 27 divisionais e sugere que seja entregue aos Conselhos de Segurança (Conseg) para ser repassado às delegacias. “Não precisamos de chefes, e sim de administradores do dinheiro público que saibam investir”.