O delegado Gerson Machado, titular do 6.º Distrito Policial, está prestes a desarquivar mais um inquérito policial: o que apura a morte do advogado Lineu Ferreira do Amaral Filho, que aconteceu no dia 12 de novembro de 1991. O policial já desarquivou três inquéritos antigos. Um deles é sobre a morte do guardião Norberto Vieira, mais conhecido como “Português”, morto com onze facadas e um violento golpe de barra de ferro na cabeça, no dia 5 de maio de 1993. O outro trata do assassinato do investigador da Polícia Civil Antônio Roberto Spósito, ocorrida no dia 24 de janeiro de 1994, e o do “bicheiro” Almir José Solarewicz, 45 anos, executado com sete tiros no dia 20 de setembro de 2000. As investigações dos três casos estavam paralisadas.

Machado explicou que após a divulgação de uma matéria no jornal O Estado do Paraná, do dia 25 de junho deste ano, ele recebeu um envelope pelo correio. Ao abrir, havia um recorte do jornal com os nomes de Carlos Ronald Monteiro de Queiroz, o “Boi”, e do detetive Spósito grifados. Anexo ao recorte havia uma cópia do inquérito que apurava a morte do advogado. Na época, o caso foi investigado pela Delegacia de Homicídios e caracterizado como suicídio. “Dias antes de sua morte este advogado procurou João José Martinez Dias e pediu para que arrumasse um pistoleiro para matar sua mulher Liane e um homem chamado Samuel. O João levou até ele o Carlos Ronald, que tinha o apelido de `Boizinho’, e pediu R$ 3 mil dólares para executar as duas pessoas”, relatou Machado.

O policial disse que Carlos Ronald contou o plano para o detetive Spósito.

Ligações

“O policial entrou em contato com o advogado e pediu 25 milhões para não instaurar inquérito. Pressionado, o advogado escreveu uma carta ao secretário de Segurança informando a situação e citando o nome de Spósito. Ele dizia ainda que tinha medo de ser assassinado e se alguma coisa acontecesse tinha uma carta no cofre de seu escritório”, explicou Machado. A cópia da carta está anexada ao inquérito e datada no dia 10 de novembro de 1991. “É estranho alguém pedir proteção porque está sendo ameaçado e tirar a própria vida”, comentou o delegado. O inquérito para apurar a morte do advogado foi instaurado no dia 14 de novembro de 1991 e arquivado no dia 18 do mesmo mês.

Gerson Machado disse que também recebeu um telefonema anônimo informando que o advogado foi assassinado. A pessoa prometeu entrar em contato novamente para passar os nomes dos autores do crime. “Se tivermos os nomes dos criminosos vamos solicitar o desarquivamento do inquérito. Já avisei o juiz da 9.ª Vara Criminal sobre a documentação”, salientou o delegado. “Por enquanto vou juntar cópias da documentação que recebi no inquérito que apura a morte do detetive Spósito, já que isto comprova a ligação entre o policial e Carlos Ronald”, acrescentou.

Quanto à morte do guardião, Machado lembrou que já foram denunciados José Luís Carvalho de Macedo, Luiz Antônio Barbosa, o “Luizão”, Carlos Ronald Monteiro Queiroz, o “Boi”, e Otaviano Sérgio Carvalho de Macedo, o “Serginho”. O último está preso sob a acusação de envolvimento no assassinado de Almir Solarewicz. “Todos estes crimes têm ligação”, argumentou o policial. (VB)

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