Assassinato do deputado volta a ser investigado

As investigações sobre o assassinato do deputado Tiago Amorim deverão continuar, mesmo depois de o delegado responsável pelo caso ter concluído o inquérito. Ontem, o promotor Marcelo Balzer Correia, de Cascavel, emitiu parecer onde deixa claro que o Ministério Público vai apurar maiores detalhes sobre o homicídio.

Para o promotor, o inquérito policial, concluído nesta segunda-feira, deixou muitas perguntas sem resposta e não traz informações suficientes para que o MP possa oferecer a denúncia criminal. Com esse objetivo, Balzer virá para Curitiba na próxima semana e passará a atuar na Procuradoria de Investigações Criminais (PIC). A questão gerou atrito entre o Ministério Público e a Polícia Civil.

“Surpreso

No final da tarde, o delegado Alexandre Macurim, que em janeiro deste ano foi designado para cuidar do caso Tiago, divulgou nota à imprensa, rebatendo entrevista que Balzer concedeu à Rádio CBN. No comunicado, o delegado diz ter ficado “surpreso com as declarações do promotor, afirmando serem dúbias as investigações”. Macurim lembra que o Ministério Público teve acesso aos autos do processo e que todas as prisões solicitadas foram apreciadas pelo promotor, que “se manifestou favorável”.

Balzer disse que o parecer não coloca o trabalho de Macurim em questão. De acordo com o promotor, faltaram informações importantes no inquérito: quem pagou pela morte de Tiago; para quem pagou; quem atirou no deputado e de onde saiu o dinheiro. Sem isso, observa Balzer, o MP não promoverá ação penal. O texto do parecer evidencia o fato de que se trata de um crime praticado por quadrilha organizada, que mereceria equipe maior e estrutura melhor da Polícia Civil para as investigações. Balzer lembra que enquanto cuidava do inquérito, Macurin ainda tinha que responder pelas suas atribuições como delegado em Foz do Iguaçu e posteriormente, Paranavaí, para onde foi removido.

Prisões

No parecer, Balzer requer a revogação das prisões preventivas e temporárias de Joelço Antunes das Chagas, o “Guinho”, que é acusado da autoria dos disparos que mataram Tiago Amorim (ele está foragido); de Cláudio Honório da Silva, o “Ditinho”, e de João Adão Sampaio Schisler, o policial civil apontado no inquérito como mandante do crime. O promotor pede que sejam mantidas as prisões de Alcides Mendes e Carlos dos Santos Correia, que ele considera pessoas importantes para a elucidação do caso.

No inquérito entregue cinco meses depois do assassinato de Tiago Amorim, o policial civil Sampaio é apontado como mandante. Ele já estava preso, respondendo pelo homicídio de “Abelha”, um traficante da região de Cascavel.

Denúncias

Pelas investigações, o delegado Macurim concluiu que Sampaio teria mandado matar Tiago porque o deputado ameaçava fazer denúncias contra ele, em seu programa de televisão veiculado em Cascavel. Sampaio nega a acusação. Familiares de Tiago Amorim acreditam que Sampaio não teria condições financeiras para pagar um pistoleiro de aluguel.

O deputado foi executado com sete tiros na noite de 18 de dezembro passado, quando chegava em casa, no centro de Cascavel. Um homem em uma motocicleta encostou no carro e disparou com pistola automática.

Voltar ao topo