Assassinado ao defender enteada

Porque não atira em mim, então? “, disse o catador de papéis Laureni José Moreira, 41 anos. Ao desafio, seguiu-se um disparo que atingiu o peito do homem, matando-o às 10h de ontem na rua principal da Vila Pantanal, Alto Boqueirão, em frente à casa dele. Laureni morreu ao defender a enteada de 15 anos, que seria o verdadeiro alvo do assassino.

Dois dias antes, a adolescente decidiu separar-se de Elessandro Martins, 24 anos, conhecido como “Tequila”. “Não dá para conviver com quem só fuma crack”, disse a garota, justificando sua decisão. O fim do relacionamento, que durou quatro meses, teria alterado os ânimos do rapaz.

Ontem, às 9h, Elessandro teria ido armado à casa da mãe da menina, casada com Laureni. “Ele me deu tapas na cara e encostou-me o revólver na cabeça. Só não atirou porque meu tio apareceu”, contou a garota. Antes de ir embora, Elessandro avisou que voltaria.

Tiro

Uma hora mais tarde, o enfurecido ex-amásio reapareceu. Conforme relato de testemunhas ao soldado Maciel, do Regimento de Polícia Montada, Laureni empurrou a enteada e postou-se à frente dela, intimando o acusado a disparar nele, e não na garota. Um tiro, certeiro, matou o catador de papéis.

Elessandro trabalhava como empacotador num mercado da região, e, segundo a ex-amásia, esteve preso na extinta delegacia da Borda do Campo, em São José dos Pinhais, e num distrito da capital. “Ele mexia com o tráfico e fugiu as duas vezes”, revelou a garota. A informação seria averiguada pelos policiais militares que atenderam a ocorrência.

A fúria do antigo companheiro assustou a jovem. “Vou ter que fugir da vila. Ele disse que vai voltar para me pegar”, comentou a enteada de Laureni, que também perdeu o pai assassinado, há cinco anos, no Boqueirão.

O acusado, que mora na mesma rua, fugiu a pé. A tarefa de localizá-lo foi repassada à Polícia Civil.

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