Durante os nove anos em que esteve preso, Silso Machado Mosca remoeu o ódio do antigo comparsa que o denunciou à polícia. A vingança ocorreu em 28 de novembro, um mês depois de sua fuga da cadeia: Noel Pereira dos Santos, 44 anos, o “Jacaré”, foi executado com 11 tiros no portão de casa, na Rua Laerte Fenelon, Jardim Ipê, São José dos Pinhais. A confissão de Silso, preso em flagrante por roubo, elucidou o crime.
Conhecido como “Boiadeiro”, Silso, de 31 anos, foi detido às 15 de quarta-feira, após o roubo a um supermercado na Rua Pastor Antônio Polito, Alto Boqueirão. Surpreendidos pela Polícia Militar na saída do estabelecimento, ele e um dos dois comparsas tomaram um Lada de assalto para tentar fugir. “Mas o carro era muito ruim”, disse o acusado, que em seguida roubou uma camioneta S-10 branca, na Rua Danilo Pedro Schreiner, no mesmo bairro.
Na perseguição, policiais da Rone o feriram com um tiro na perna e o prenderam. Os outros assaltantes – um deles, um ex-policial militar de São Paulo, de acordo com o detido – conseguiram fugir.
Prato frio
O preso fugiu em outubro passado da Colônia Penal Agrícola, onde cumpriu nove dos 45 anos a que foi condenado, por vários assaltos. Segundo ele, “Jacaré” era motorista da quadrilha e foi responsável pela denúncia que o levou ao xadrez. “Por culpa dele peguei 18 anos por um roubo que nem participei. Um amigo avisou onde ele estava e vim de Cascavel só para matá-lo. Dei só 11 tiros”, contou, friamente.
De acordo com Celso Ribeiro, superintendente do 7.º Distrito Policial, Silso participou de outros dois assaltos a supermercados: um no Alto Maracanã, em 4 de dezembro, e outro em Santa Cândida, no dia seguinte. Neste último, três homens arrecadaram R$ 15 mil dos caixas, clientes e funcionários. “Em ambos os casos, as vítimas os reconheceram”, falou o policial. Silso, porém, assume apenas o roubo do Alto Boqueirão. “Estava em Cascavel e vim para cá faz quatro dias”, alega. A polícia suspeita que ele seja responsável por outros roubos em Curitiba e Região Metropolitana.c