Apreensões revelam alto consumo de crack no Paraná

Um levantamento divulgado durante a semana pelo governo do Estado revela que o crack está presente em várias cidades do Estado, inclusive nos municípios pequenos. Em Goioerê, por exemplo, foram apreendidas de junho de 2003 até agosto deste ano 1.172 pedras da droga; em Iporã 95; e na Lapa 48. A maior parte das apreensões teve origem no disque-denúncia implantado no ano passado. A partir desse programa, as polícias Civil, Militar e Federal passaram a utilizar o mesmo banco de dados, facilitando as ações.

O secretário do Conselho Estadual Antidrogas, Jonatas Davis de Paula, fala que a situação é preocupante. Segundo ele, não se imaginava que o crack tivesse uma penetração tão grande no interior do Estado. Outras apreensões também foram realizadas em cidades com Bandeirantes, que contabilizou 28 pedras, Colorado 68, Cafelândia 14 e Cambé uma. “O crack vicia rapidamente e é bem mais nocivo do que as outras drogas”, afirma Jonatas.

Segundo o major da Polícia Militar Jorge Costa Filho, já se sabia da presença deste e de outros tipos de entorpecentes nas cidades pequenas. No entanto, agora que os dados passaram a ser concentrados ficou mais fácil visualizar o problema e elaborar ações de combate.

Prova da eficiência do programa é o aumento significativo do volume de drogas apreendidas no Paraná. Em 2003 foram 16 toneladas de maconha, contra cerca de 40 até agosto deste ano. “Estamos tirando a droga do mercado e dificultando o acesso das pessoas”, comenta o major. Foram apreendidos 723 quilos de cocaína, 25 mil bolinhas de haxixe e o total de pedras de crack passa de 57 mil.

Também foi significativo o número de prisões nos últimos oito meses. O titular da delegacia antitóxicos de Curitiba, Alfredo Dib Júnior, prendeu 109 pessoas, sem contar os adolescentes que foram encaminhados para outros setores. As últimas prisões foram feitas na terça-feira. Menores mantinham uma fábrica de drogas inalantes em Curitiba, como o loló e o moranguinho. “Geralmente as pessoas ficam consumindo esse tipo durante dois anos. Depois passam para as mais pesadas. Por isso essas drogas precisam ser combatidas também”, explica o delegado. Os dados também revelam a grande quantidade de crack apreendida nos grandes centros. Em Curitiba foram 8.151,03, em Maringá 5.944,06, em Cascavel 12.135, Londrina 1.572 e em Foz do Iguaçu 1.517.

Agora o disque-denúncia passou a ser nacional, através do telefone 181, e os estados estão se mobilizando para criar um banco de dados integrado.

Voltar ao topo