Com a proximidade das festas de Natal e Ano Novo, médicos, enfermeiros, pessoal do Corpo de Bombeiros da Delegacia de Explosivos, Armas e Munições começam a ficar preocupados. Anualmente, principalmente nos meses de dezembro e janeiro, centenas de pessoas são vítimas de acidentes com fogos de artifício e rojões.

Segundo o primeiro-tenente do Corpo de Bombeiros, Renê Ferreira Muchelim, nesta época do ano, assim como em tempos de festas juninas e campeonatos de futebol, o número de queimados aumenta consideravelmente. As principais vítimas geralmente são crianças e adolescentes. “Devido a descuidos dos pais e responsáveis, as crianças costumam ser as principais vítimas de acidentes envolvendo fogos de artifício”, diz. “O Corpo de Bombeiros não incentiva o uso de equipamentos explosivos e pede para que os pais tomem bastante cuidado, evitando deixar fogos ao alcance dos filhos.”

A chefe de enfermagem do Centro de Cirurgia Plástica e Queimados do Hospital Evangélico de Curitiba, Jaqueline Moraes Corção, revela que, na maioria das vezes, acidentes com fogos de artifício são mutilantes. Os membros superiores são os mais atingidos. “Sempre, em época de festas de fim de ano, recebemos pacientes acidentados devido a utilização de rojões”, conta. “Muitas vezes, estas pessoas perdem dedos ou mesmo uma das mãos. Também são comuns queimaduras no rosto e lesões nos olhos que podem levar à perda da visão. Ferimentos provocados por fogos geralmente são bastante graves.”

Jaqueline, assim como Renê, aconselha a população a evitar brincadeiras com fogos, não comprar produtos de origem duvidosa e sempre seguir as dicas de segurança impressas nas embalagens, soltando rojões apenas em locais abertos, onde outras pessoas não possam ser atingidas. “Se forem assistir a um show de fogos, é melhor que as pessoas permaneçam longe dos locais onde os explosivos foram instalados. Assim, irão apreciar o espetáculo do mesmo jeito e com maior segurança”, afirma a enfermeira. “Eu que trabalho no setor de queimados sei o quanto são feias as lesões provocadas por explosivos e recomendo que ninguém se arrisque nesta brincadeira”.

Vistorias

Para garantir a segurança da população, integrantes do Corpo de Bombeiros e da Delegacia de Explosivos, Armas e Munições costumam fazer vistorias freqüentes em lojas e locais de armazenagem de fogos. A intenção é identificar produtos de baixa qualidade, irregulares, fogos que possam estar armazenados de forma incorreta e estabelecimentos que estejam vendendo explosivos a menores, o que é proibido.

Os bombeiros, através do programa “Um Bombeiro em Cada Casa”, criado há três anos, também costumam fazer palestras alertando sobre os perigos dos fogos de artifício em escolas e empresas.

Projeto

Na próxima segunda-feira, deve ser votado um projeto do vereador Ney Leprevost (PSDB) estabelecendo normas rígidas para a fabricação, comércio, transporte e armazenamento de fogos na capital paranaense. “Já tivemos muitos acidentes envolvendo fogos de artifício em Curitiba. Creio que é necessário estabelecer normas mais rígidas para essa atividade comercial que tem crescido bastante no Brasil”, declara o vereador.

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