Agiota assassinado e fechado no porta-malas

O misterioso assassinato do empresário catarinense Lauro da Silva, 55 anos, ocorrido na manhã de sábado, em Joinville (SC), poderá mobilizar também a polícia paranaense, uma vez que a vítima seria proprietária de vários imóveis em Curitiba, inclusive de um prédio inteiro no centro da cidade, segundo informações de investigadores que cuidam do caso. Empresário do ramo de alimentos, Silva também estaria ganhando dinheiro com agiotagem, o que lhe rendeu uma grande fortuna e a propriedade de dezenas de casas, apartamentos e terrenos por toda Joinville.

O corpo foi encontrado às 11h30, no porta-malas do Celta placa MBM-5333, que estava abandonado na Rua Pernambuco, próximo a rodoviária local, o que leva a crer que os assassinos abandonaram o veículo ali, justamente para conseguir fugir de ônibus para outra cidade. Lauro foi morto com uma violenta pancada na cabeça. Os criminosos ainda tomaram o cuidado de envolver a cabeça da vítima em uma saco plástico, possivelmente para evitar derramamento de sangue durante o transporte ou remoção para o porta-malas. Uma bolsa que o empresário costumava carregar, com documentos, cheques e dinheiro desapareceu. Embora o sumiço da bolsa caracterize um latrocínio a polícia ainda tem dúvidas com relação à ocorrência, supondo também que o crime pode ter sido praticado por vingança.

Dinheiro

Silva era dono de uma fortuna, conforme comentários de seus conhecidos, e quando emprestava dinheiro a juros altos, exigia que o devedor desse um imóvel como garantia de pagamento. Isso explicaria o grande número de imóveis que tem em Joinville e em outras cidades, inclusive Curitiba. Esta prática é que está levando a polícia a supor que ele pode ter sido alvo de uma vingança praticada por algum de seus devedores. Várias investigações estão sendo feitas neste sentido e ainda hoje a esposa da vítima deverá ser ouvida na Divisão de Investigações Criminais catarinense, quando poderá confirmar os locais onde o marido fazia negócios e empréstimos.

Estão sendo levantadas também as passagens vendidas na rodoviária na manhã de sábado, com a apuração dos nomes dos passageiros e procurando fazer ligações deles com a vida do empresário, na tentativa de esclarecer o crime.

Rastro de sangue

Apesar de ter muito dinheiro, Silva teve uma vida de infelicidades. Em agosto de 1997 o filho dele, Lauro Silva Júnior, na época com 22 anos, foi morto com um tiro no peito ao chegar em casa de madrugada. Uma quadrilha de ladrões estava entrando na moradia para um assalto e o rapaz foi baleado. Dois anos depois, o irmão dele – Adolfo da Silva, também empresário – foi morto a golpes de facão pelo chacareiro Gerson da Silva, em Araquari (SC). Gerson está preso até hoje. E agora Silva teve o mesmo triste fim.

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