A execução de Carlos Alberto Pereira, 52, o “Federal”, no final da tarde de terça-feira, reacendeu o debate sobre o porte de arma por agentes penitenciários. A vítima estava em férias do trabalho na Colônia Penal Agrícola e foi morta com três tiros à queima roupa, na frente de casa, na Rua Álvaro José da Costa, Fazendinha.

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“Enquanto o preso anda com armas de grosso calibre, potentes, o agente sequer tem um estilingue e meia dúzia de bolinhas de gude para se defender”, ironiza Gláucio Borba, colega de trabalho da vítima.

Para Antony Johnson, vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), basta boa vontade do governo para que os agentes possam sair armados.

“O Estatuto do Desarmamento permite o porte de arma para os agentes e prevê que cada estado deve regulamentar isso. No Paraná, o antigo governador vetou essa possibilidade”.

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Segundo ele, sem o porte de armas outros agentes poderão ser mortos sem ter a chance de se defender. “O porte é uma necessidade para os agentes, não para usar dentro dos presídios, mas sim do lado de fora, para a segurança da própria família”.

Lista

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Apesar de boatos comentarem a existência de uma lista do Primeiro Comando da Capital (PCC) determinando a morte de dez agentes ao longo deste ano, a classe não está desmotivada.

As atividades em todos os presídios da região da capital voltaram ao normal, depois de recesso nas atividades administrativas ontem, para que os colegas de “Federal” pudessem se despedir.

Depois do sepultamento, às 17h, no Cemitério Jardim da Saudade, quase cem agentes fecharam, por cinco minutos, a Avenida João Bettega, no Portão, em protesto.

Ressocialização

O diretor da Colônia Penal Agrícola, Lauro Valeixo, colocou nas mãos de Carlos Alberto a responsabilidade de executar projetos para incluir os presos de volta na sociedade.

“Ele aplicava cursos profissionalizantes e projetos culturais há dois anos na unidade. Tinha ótimo relacionamento com todos e era respeitado pelos colegas e pelos internos”.