Agente penitenciário é fuzilado em Londrina

O agente penitenciário Francisco Gonçalves Filho, 41 anos, que trabalhava na Penitenciária Estadual de Londrina (PEL), foi fuzilado na terça-feira à noite quando chegava em casa. Ele é o terceiro agente da mesma unidade prisional morto num período de sete meses. Segundo o presidente do sindicato que representa a categoria, Clayton Agostinho Auwerter, ninguém ainda foi preso pelos crimes. A categoria vem trabalhando de forma apreensiva. Hoje, eles se reúnem no centro de Londrina para fazer um protesto, pedindo mais atenção do governo estadual.

O assassinato deixou a categoria em clima de tensão. Em junho de 2007, o agente Luiz Carlos Marquetti, 46 anos, também foi morto de forma semelhante na região norte da cidade. Em setembro do mesmo ano, o agente Gílson Leonel Ramos, 37 anos, foi morto em Cuiabá, onde passava férias. Ele tinha acabado de sair de uma agência bancária. ?Não sabemos se esses crimes foram motivados por vingança. Ainda não obtivemos nenhuma resposta do Estado. Isto deixa a categoria insegura?, falou o secretário-geral do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Ademildo Passos Correia. Ontem à tarde, ele e Clayton foram até a Delegacia de Homicídios, em Londrina, ver como andam as investigações. Mas ficou marcado para hoje um encontro.

Segundo o delegado chefe da 10.ª Subdivisão Policial de Londrina, Sérgio Luís Barroso, a polícia vem trabalhando nesses crimes. Conseguiu identificar os autores do assassinato de Marquetti, mas ainda faltam provas para que a denúncia seja encaminhada à Justiça.

Em relação ao assassinato de Francisco, os policiais trabalham com todas as hipóteses, inclusive vingança. O agente havia acabado de chegar em casa. O filho dele estava brincando na casa de um vizinho e veio até o carro falar com o pai, retornando logo em seguida à brincadeira. A esposa havia acabado de entrar em casa para buscar uma bolsa, já que iam sair. Neste momento, dois homens numa motocicleta vermelha efetuaram os disparos.

Segundo Barroso, ainda não há qualquer informação concreta sobre o caso. A polícia está à procura dos dois suspeitos. Foram contados 19 buracos feitos à bala no carro onde o agente foi surpreendido, mas só com um laudo será possível afirmar quantos disparos foram efetuados e quantos atingiram Francisco. Segundo ele, o caso tem prioridade absoluta dos investigadores da Homicídios.

O sindicato levanta ainda outra questão em relação à segurança dos agentes. Clayton diz que uma lei federal faculta o uso de arma por parte dos agentes. Mas no Paraná o uso é proibido. ?Não sabemos se ia aumentar a segurança. Mas íamos ter a chance de nos defender. Os marginais sabem que não estamos armados e se sentem à vontade para nos abordar?, falou. Existe um projeto tramitando na Assembléia Legislativa que regulamentaria o uso das armas. A Secretaria de Estado da Justiça, responsável pelo sistema carcerário do Estado, não enviou resposta a O Estado.

Voltar ao topo