Afastados PMs acusados de matar tratorista

Os dois policiais militares lotados no destacamento de Dr. Ulisses, acusados de ter matado o tratorista José Marcos Branco da Silva, 22 anos, com um tiro pelas costas, durante uma abordagem mal executada, foram afastados de suas funções, de acordo com informações prestadas pelo comandante interino do 17.º Batalhão da Polícia Militar. As armas dos PMs foram recolhidas e deverão ser submetidas a exame de balística. Um inquérito policial militar foi instaurado para apuração dos fatos e deverá estar concluído em 30 dias.

O fato ocorreu no início da tarde de sexta-feira, em frente à agência de correios do município, onde José Marcos, seu irmão Jessé Branco da Silva e outros amigos conversavam. O grupo acabou incomodando moradores próximos, que solicitaram a presença dos policiais militares. Quando chegaram, os PMs teriam feito um disparo para cima, para conter os rapazes e revistá-los. José Marcos, porém, ignorou a ordem de ficar parado e foi se distanciando, quando então recebeu o tiro.

Ferido

Atingido nas costas e em estado grave, o tratorista foi levado para o hospital de Dr. Ulisses, onde morreu horas depois. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal de Curitiba. O irmão da vítima, revoltado com o episódio, declarou que não havia nenhum motivo para o policial fazer os disparos, já que os rapazes não estavam armados. “Nós queremos que eles sejam severamente punidos pelo que fizeram. Pois mataram um trabalhador sem qualquer motivo”, disse ele.

A atitude dos PMs revoltou a população local e enquanto o ferido era socorrido pela viatura, populares inconformados com o fato arrombaram a sede do destacamento e furtaram de seu interior um revólver calibre 38, um par de algemas, cerca de 50 projéteis calibre 38. Este fato também está sendo investigado para responsabilizar os autores do arrombamento.

O comando do 17.º BPM não forneceu os nomes dos policiais afastados e, segundo amigos da vítima, ambos eram novos na cidade.

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