Acidente

Advogado pede para que ex-deputado seja ouvido

O advogado da família de Gilmar Rafael Souza Yared, – morto no acidente em que se envolveu o ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho – Elias Mattar Assad, solicitou ontem à Delegacia de Trânsito de Curitiba (Dedetran) que o parlamentar seja interrogado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde está internado. No acidente, ocorrido no dia 7 de maio, no bairro Mossunguê, em Curitiba, também morreu o amigo de Gilmar Rafael, Carlos Murilo de Almeida.

Segundo Assad, o parlamentar tem condições físicas de falar à polícia. “Se Carli Filho pode declarar o que consta na carta de renúncia para um tabelião, então tem plenas condições físicas e psíquicas de ser interrogado no inquérito”, argumentou o advogado.

A informação de que Carli Filho acompanhou a produção da carta foi dada por seu advogado, Roberto Brzezinski Neto, na última terça-feira. Segundo Assad, há duas possibilidades para o interrogatório: ou a Dedetran faz o pedido a uma autoridade policial de São Paulo, por meio de uma precatória policial, ou a própria delegacia pode designar alguém para ir ao estado vizinho e fazer o interrogatório.

O delegado da Dedetran, Armando Braga, informou que já recebeu o pedido de Assad, porém ainda está analisando. Ele explicou que deverá conversar com Brzezinski para saber quando Carli Filho terá alta e, se for o caso, deverá esperar que ele saia do hospital.

Se a alta for demorar, Braga disse que estudará outra alternativa, pois acredita que o procedimento de precatória policial seria muito demorado. “Vou conversar com doutor Brzezinski e depois vou decidir o que fazer”, comentou.

Qualquer pessoa acusada tem o direito de se manter em silêncio mas, como Carli Filho renunciou e não possui mais o foro privilegiado, não desfruta mais do benefício de escolher quando e onde seria ouvido.

O Hospital Albert Einstein divulgou o último boletim médico somente no dia 15 de maio. Porém, Brzezinski Neto disse na última terça-feira que o parlamentar tem dificuldades para se comunicar, já que estaria com a boca imobilizada, com sonda e grampos metálicos na cabeça, em função da cirurgia por qual passou para corrigir a face e a cabeça.

Na última terça-feira, o Ministério Público Estadual (MP) encaminhou o inquérito sobre o caso Carli Filho ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ). No encaminhamento, o MP relata que entendeu que o parlamentar cometeu duplo homicídio por dolo eventual.

Agora, o TJ deverá repassar o material ao Juízo de primeiro grau. Desta forma, o ex-deputado pode até mesmo ser julgado no Tribunal do Júri, caso o dolo eventual seja comprovado. Se não for, é possível que o inquérito fique com a Vara de Delitos de Trânsito.