Advogado pede e juiz adia julgamento de Smolarek

Em virtude do conteúdo da carta publicada pela Tribuna, na qual o professor Aristóteles Kochinski Smolarek Júnior, 28 anos, adianta para sua mãe, Leci Smolarek, que irá confessar o assassinato de sua mulher, Luciene Ribeiro de Paula, 18 anos – crime ocorrido em agosto de 1998, no Chile -, o advogado de defesa Osmann de Oliveira requereu ao juiz do 2.º Tribunal do Júri, Rogério Etzel, o adiamento do julgamento que estava marcado para hoje.

Osmann informou que foi surpreendido pela reportagem publicada na semana passada. “Fui conversar com o Smolarek, na Prisão Provisória de Curitiba, e ele confirmou sua intenção de confessar o homicídio. Em razão disso terei que mudar toda a defesa, já que a tese era negativa de autoria”, informou o defensor. Ele argumentou ainda que o promotor e o assistente de acusação, Dálio Zippin Filho, juntaram aos autos outros documentos que precisam ser analisados.

Um dos motivos que levou o juiz a transferir o julgamento foi que Oliveira não foi avisado – com três dias de antecedência – sobre a juntada da nova documentação, na semana passada. Parte dos documentos é o inquérito criminal sobre a farsa do habeas corpus montado por Smolarek para conseguir a liberdade antes do julgamento, e a outra, um processo civil sobre o seguro feito em seu nome que teria motivado o assassinato de Luciene.

Crime

O professor é acusado de matar Luciene Ribeiro de Paula, na época com 18 anos, a golpes de taco de beisebol. O crime ocorreu em Santiago do Chile, no dia 4 de agosto de 1998 e o motivo seria um seguro de 250 mil dólares, em que ele e a filha dela eram beneficiários. Além do homicídio triplamente qualificado, neste processo Smolarek é acusado de ocultação de cadáver, aborto (a jovem estava grávida) e estelionato.

O professor está preso desde abril de 2001, na Prisão Provisória de Curitiba, no Ahu. Ele teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça após o Ministério Público e o assistente de acusação, Zippin Filho, requererem o processo chileno para que fosse realizado o julgamento no Brasil.

Crime premeditado

O acusado casou com Luciene no dia 8 de junho de 1998, dois meses antes do assassinato. Na época, a jovem tinha uma filha de oito meses, fruto de um relacionamento anterior, e o acusado registrou a criança como se fosse o verdadeiro pai. No dia 27 de julho daquele ano ele contratou um seguro de vida para a mulher, sendo ele e criança os beneficiários. Mas o contrato só vigorava do dia 31 de julho até 9 de agosto, quando o casal estaria viajando para o Chile. A acusação sustenta que o contrato de seguro fazia parte do plano do assassinato da jovem.

Ainda, segundo a acusação, Luciane seguiu viagem com Smolarek no dia 31 de julho para Santiago, onde ambos se hospedaram em um hotel. Por volta das 23h30 do dia 4 de agosto, após deixar o hotel usando um veículo Nissan, locado, Smolarek levou sua mulher até o local do crime e teria desferido contra ela vários golpes com um taco de beisebol.

No ano passado Smolarek foi entrevistado pela Tribuna, com exclusividade, e alegou ser inocente. Mas, recentemente, ele enviou uma carta à mãe onde revela que irá confessar o crime. (VB)

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