Advogado insiste na tese da periculosidade no júri do Morro do Boi

O advogado Cláudio Dalledone Júnior que defende os policiais incriminados no caso do Morro do Boi, insiste na tese da periculosidade de Paulo Unfried, preso como autor do crime ocorrido em janeiro de 2009, em que morreu o estudante Osiris Del Corso, 22 anos, e que deixou paraplégica a também estudante Monik Pegorari de Lima, então com 23 anos. A teoria do advogado é que há elementos antecedentes e da época do crime que demonstram o comportamento criminoso de Unfried.

O advogado elenca, entre eles, um episódio ocorrido no Balneário Carmery, em Pontal do Paraná, em 15 de janeiro de 2009. Unfried, num Gol vermelho, teria invadido uma residência, promovido roubo e barbarizado moradores. Além disso, Unfried teria antecedentes de roubo e estupro na região de Medianeira. Segundo o advogado, Unfried violentou uma moça na frente de seu noivo e foi encaminhado para cumprir medidas socioeducativas. Após este período, e principalmente depois da morte de um irmão, que teria se suicidado, Unfried teria ido para o litoral do Paraná. Até recentemente, ainda de acordo com o advogado, pesaria contra Unfried a suspeita de violência sexual contra menor.

Precipitação

Dalledone alega que haveria indícios capazes de levarem os policiais a prender Unfried e responsabilizá-lo pelo crime no Morro do Boi, iniciativa que beneficiaria Juarez Ferreira Pinto, irmão de Altair Ferreira Pinto, o Taíco, ex-superintendente da delegacia de São José dos Pinhais. Dalledone alega que houve precipitação do Ministério Público no caso e que “o MP escondeu uma testemunha”. “Paulo é um dos maiores criminosos em série do Paraná”, diz ele. O advogado faz críticas à promotora Carolina Dias Aidar de Oliveira e usa expressões como “erro judiciário” e “reviravolta” para o caso.

Vítima

Por outro lado, de João Pessoa, onde está em tratamento intensivo para recuperar movimentos das pernas, Monik, que reconheceu Juarez como autor do crime, também entrou em contato com o Paraná Online, para confirmar o teor da reportagem. Ela voltou a elogiar a atuação dos delegados Luiz Alberto Cartaxo, que conduziu as investigações, e José Antônio Zuba Oliva, então delegado em Pontal do Paraná. “Eles foram corretos e não tentaram me intimidar”, disse. Monik elogiou também a iniciativa do Paraná Online em voltar ao caso “para que este crime não seja esquecido”.