Adolescente mata padrasto a tiros

O desaparecimento da mãe, ocorrido em dezembro, levou um adolescente de 16 anos a matar Paulo Ferreira, 35 anos, a quem ele acusava de ter assassinado a mulher. Depois de acertar um tiro em Paulo, o menor o perseguiu dentro de uma casa – na Rua Ana Sofia Ribeiro, Vila Osternack, Sítio Cercado -, às 20h20 de segunda-feira. O homem morreu tentando escorar a porta de um dos quartos, para se proteger. Em seguida, policiais militares da Companhia de Choque detiveram o adolescente na estação-tubo Xapinhal, na Rua Izaac Ferreira da Cruz, e com ele apreenderam o revólver, calibre 38, usado no crime.

O adolescente e a vítima se encontraram próximo a uma praça e começaram a conversar. Segundo relato do menor, ele pediu para ver a arma de Paulo, que a entregou sem pensar. Com o revólver em mãos, o garoto começou a perguntar insistentemente: “Cadê minha mãe?”. Paulo ainda teria tentado desarmá-lo, mas não conseguiu e recebeu um tiro na barriga. Ferido, correu em busca de socorro, invadindo uma residência que estava com o portão aberto.

Tiros

Dentro da casa estavam apenas dois menores, de 15 e 16 anos, que presenciaram a cena criminosa. A menina, ao ouvir o primeiro disparo ainda na rua escondeu-se embaixo da cama. O garoto, por sua vez, viu o homem ferido correr em sua direção e escondeu-se no quarto. Foi o mesmo cômodo escolhido pelo ferido. “Ele chegou arqueado, com a mão na barriga, fechou a porta do quarto e se apoiou nela, de joelhos”, descreveu. Encolhido no canto da parede, ele viu tiros atravessarem a madeira e atingirem a cabeça de Paulo, que caiu para trás, morto. Um dos projéteis ficou sobre a penteadeira do quarto.

Segundo o aspirante Neto, que atendeu a ocorrência junto com os soldados Macedo, Flávio e Eliel, o revólver de seis tiros havia sido totalmente descarregado. “Conseguimos localizar o adolescente na estação-tubo, seguindo as características fornecidas por testemunhas. E o revólver tem registro de queixa de roubo”, relatou o aspirante. Os policiais foram até o quarto que o garoto alugava, naquele bairro, em busca de alguma outra arma, mas nada encontraram.

Solidão

O jovem contou à polícia que desde dezembro sua mãe desapareceu e que Paulo a teria matado. Ele nunca presenciara agressão entre o casal, no ano em que os dois moraram juntos, mas disse que a mãe se queixava a ele das agressões feitas pelo amásio. O menor cursou até a 8.ª série e tem mais dois irmãos, que moram com o pai deles. Para ganhar a vida, ele trabalhava carpindo quitais e ajudando a carregar caixas na Ceasa, segundo suas declarações. Ele foi encaminhado à Delegacia do Adolescente.

Os investigadores Helizabet e Laertes, da Delegacia de Homicídios, registraram a ocorrência. Paulo esteve preso por homicídio e estava livre por meio de um alvará de soltura, que carregava no bolso.

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